Como a reorganização neurofuncional poderia contribuir para a Análise Bioenergética

34 – Título do trabalho:
Como a reorganização neurofuncional poderia contribuir para a Análise Bioenergética

Modalidade de apresentação:
Seminário: Novas demandas para a prática clínica

Nome completo, titulação e instituição do(s) autor(es):
Mariangela G. Donice – CBT, Local Trainer – Instituto de Análise Bioenergética de São Paulo – IABSP

Resumo:

Neste trabalho o meu objetivo é mostrar como formas de tratamento não convencionais como a Reorganização neurofuncional pode ajudar nas questões que envolvam formas de organizar ou melhor reorganizar o corpo como um todo, portador de uma consciência, de uma memória e inteligência própria revelando -se como ser único. Meu interesse pela reorganização neurofuncional é que ela trabalha com todas as fases do desenvolvimento infantil e as funções Reflexo -Funções Vegetativas orais que formam a base para fala ( respiração, sucção, mastigação e deglutição). Vejo a Reorganização neurofuncional- Método Padovan integrada à Análise Bioenergética como uma reeducação neuro-psico- biológica.
Para R. Steiner todo o nosso corpo é manifestação da alma: SENTIR- QUERER- PENSAR. “A relação entre o andar, o falar e o pensar” instigou a procura do processo do Andar, já que este, como diz, Rudolf Steiner levaria ao processo do falar e do pensar. Esta busca termina com o achados de Temple Fay, médico neurologista e neurocirurgião e de seus colaboradores Doman e Delacato, que fizeram estudos e experiências em torno do desenvolvimento normal e que também incorporavam nos seus trabalhos os escritos de Gesell.

Boadella no livro Correntes da Vida diz : Existe a alma do músculo, significa que o músculo tem uma intencionalidade. A memória muscular é mais primitiva do que podemos crer pois ela é filogenética. “É dessa fonte que flui a própria energia curativa, que tem o poder de integrar a pessoa novamente, não importa quanto ela esteja condicionada a não se sentir viva. Relembrando e restabelecendo vários estágios do processo de desenvolvimento, uma pessoa pode regenerar os padrões de sentimentos e interação com os quais ela se relaciona com o mundo. Literalmente, dar os passos que irão transformar sua experiência de vida.” Afirma-se que toda a psicologia humana explica-se por uma causa única, onipotente : um cérebro grande, cultura, linguagem, socialização, aprendizado, complexidade, auto- organização e dinâmica da rede neural.
Quando se pensa num trabalho conjunto da Análise Bioenergética e a Reorganização Neurofuncional é importante voltarmos nossa atenção para os conceitos básicos que as unem e como elas se interrelacionam.

Para Alexander Lowen, “A vida emocional de um indivíduo depende da motilidade do seu corpo, que por sua vez é uma função do fluxo de excitação através dele”.
Antonio Damásio enfatiza a importância do eu corporal ao afirmar que “os sentimentos não são intangíveis nem ilusórios, ao contrário da opinião científica tradicional, são precisamente como qualquer outra percepção, são resultado de uma curiosa organização fisiológica que transformou o cérebro no público cativo das atividades teatrais do corpo. Aqui encontra-se a percepção do papel central das experiências corporais como geradoras de “inputs” que irão influenciar, se não determinar, o funcionamento da mente como de seus conteúdos, o que resultará num modo característico não só de ver-o-mundo como também um modo de ser-no mundo.” E como diz Françoise Dolto, o psiquismo é a metáfora do corpo e de suas funções.
Eu acho que estamos fazendo aquilo que é natural, diz a Dra. Beatriz Padovan, não existe nenhum movimento elucubrado, nem inventado, a reorganização neurofuncional segue rigorosamente o que a natureza determinou, tanto nos exercícios corporais como nos orais e é assim que a criança se desenvolve: é mamando, é mastigando, é engolindo, é respirando…