28 – Título do trabalho
“O RITMO ENERGÉTICO DA RELAÇÃO CONJUGAL” (Uma Experiência Clínica com Grupo de Casais)
Vera Minho
Psicóloga, Terapeuta de Família e Casal, Analista Bioenergética C.B.T/SABBA
Virgínia Freitas
Assistente Social, Analista Bioenergética C.B.T/SABBA, Local Trainer e Supervisora
Diretora Pedagógica da SABBA
Este trabalho foi desenvolvido por 01 ano, com casais em grupo, cuja proposta foi refletir, dialogar e expressar temas pertinentes a relação à dois e que comumente são levados aos consultórios como sintoma.
Observamos que o homem na sua necessidade de se relacionar e se comunicar com o outro se perde, produzindo a desintegração na comunicação pela dificuldade de metacomunicar digitalmente sobre os conteúdos da relação. Sabe-se que a capacidade de metacomunicar adequadamente é uma condição necessária para uma comunicação bem sucedida.
Percebemos que o processo acelerado das mudanças provocadas pelo desenvolvimento da tecnologia, em um mundo globalizado, influencia diretamente no sistema familiar, gerando tensões em vários aspectos da vida que por sua vez geram crise.
Na contemporaneidade, considera-se de grande importância tratar essas tensões familiares as quais se refletem no relacionamento do casal e conseqüentemente em todos os membros da família.
Apoiadas no pensamento sistêmico de que o homem vive num sistema dinâmico de relações e inter-relações, em que cada parte afeta o todo, acreditamos que a vida conjugal é um sistema dentro de um sistema maior em interação constante. Ou seja, o problema que afeta um casal, afeta com maior ou menor intensidade outros casais, daí a possibilidade de trocas, redimensionamento das questões e aquisição de novas saídas.
Sustentados também na Análise Bioenergética que faz parte de um sistema teórico-técnico de intervenções terapêuticas com pessoas, encontramos um caminho a seguir com o grupo de casais.
O trabalho corporal auxilia na expressão das emoções contidas, provocando um sentimento de pertencimento na medida em que o contato com o próprio corpo e o do outro, funciona como ligamento que une as partes de forma física e emocional ao sistema conjugal.
Além disso, a partir da pratica percebemos que o trabalho corporal traz a tona muitos valores da família, que já estão integrados no organismo, possibilitando a construção de novas posturas e o reconhecimento da força do sistema familiar e suas condições de recuperação.
A análise caracterológica, leitura corporal, a leitura energética dos pares em interação, juntamente com os exercícios apropriados ajudaram aos casais a ultrapassarem as resistências em si (cônjuges) e em relação aos demais casais participantes.
Observamos a riqueza do estudo e deste trabalho quando colocamos o olhar no par, enfatizando as suas defesas, a dinâmica interativa do casal, a hierarquia, as questões de gênero (masculino-feminino), de complementaridade e simetria, etc…
Os temas desenvolvidos durante este ano foram:
– “ O Enredo da História Vincular do Casal”
– “ A Influencia das Famílias de Origem na Relação do Casal”
– “ O espelho: Quem sou eu, quem é você”
– “ Jogos do Casal (competição, dinheiro, poder, cumplicidade)
– “ A Comunicação (confusa, objetiva, monótona, não verbal)
– “ A Sexualidade (vida sexual, ciúmes, filhos, tabus, crenças e medos).
RESUMO:
Neste Congresso exporemos verbalmente e com uma pequena vivencia a importância da integração da Análise Bioenergética com a Abordagem Sistêmica, para facilitar processos de auto conhecimento em grupos de casais e como são poderosas as ferramentas de ajuda ao crescimento de pessoas.
Quanto mais conscientes as pessoas estiverem com relação ao seu padrão de resposta na vida e, que este padrão está em constante interação com o mundo, facilitando ou dificultando o seu movimento relacional, melhor perceberá as saídas, flexibilizando o que está cronificado, que certamente se refletirá numa vida mais saudável – homem – família – sociedade – civilização – cosmo.
Portanto, observamos que este trabalho com casais, é uma dança, onde cada um movimenta-se abrindo e/ou fechando as possibilidades de uma convivência mais saudável. Uma dança em que o corpo do par revela as dores, insatisfações e emoções contidas, num vai e vem continuo, onde cada um busca ser respeitado, confirmado aceito e curado pelo outro.
Acreditamos que as técnicas corporais produzem uma atmosfera de intimidade, auto conhecimento e conhecimento do outro, gerando mais conforto na relação.