Pashupati
O corpo contém a história de cada indivíduo e é por meio dele que devemos procurar resgatar as emoções mais profundas, como se fosse uma viagem na qual podemos desvendar alguns mistérios, aos quais a mente sozinha não tem como aceder. A proposta é possibilitar, através do contacto com o corpo enquanto organismo vivo e expressivo, revivências de carácter emocional e afectivo, acompanhadas de uma tomada de consciência capaz de dar suporte à reorganização do vivido.
Esta viagem é através dos nossos 7 centros energéticos vitais e é o resultado de um trabalho pessoal de meditação e estudo sobre a natureza essencial de cada um destes chakras. A componente pessoal fica comigo e faz parte do meu processo de crescimento, mas o restante fica aqui publicado para ser partilhado com todos….
Acredito que a saúde e o bem-estar do indivíduo dependem do fluir da energia em todas as dimensões que compõe o ser-humano. O funcionamento dos chakras está directamente relacionado com o estado psíquico da pessoa, originando bloqueios e conflitos que alteram o seu funcionamento e comprometem o fluxo energético, determinando o estado da nossa saúde.
O corpo humano encontra-se dividido em três grandes áreas: A área inferior (dos pés até a cintura) que está relacionada com os processos de absorção, eliminação e nutrição e da qual fazem parte o chakra da Raiz e do Hara. A área central (do umbigo até abaixo do coração) que corresponde ao chakra do Plexo Solar e relaciona-se com os aspectos de transmutação, metabolização e distribuição de energia, e por fim a área superior (do coração até o topo da cabeça) que envolve os chakras do Coração, Garganta, Terceiro Olho e Coroa, com um movimento energético para cima e que se relaciona com a componente espiritual e com os estados progressivos de consciência. Estes 7 chakras principais “são órgãos do etérico que captam, assimilam e transmitem tanto a energia vital quanto a energia dos estados progressivos de consciência, distribuindo-as para o corpo físico que, por sua vez a traduz em actividade hormonal, nervosa e celular determinando o estado geral da pessoa” SAMPAIO C., 2012.
Arquetipicamente cada um dos chakras representa também uma das forças elementares da vida, numa interpretação simbólica da função energética de cada um destes centros: Terra, água, fogo, ar, som, luz e pensamento. Psicologicamente também correspondem a áreas fundamentais da nossa vida, tais como: sobrevivência, sexo, poder, amor, comunicação, imaginação e espiritualidade e o seu fluxo determina algumas funções psicológicas.
Como afirma BOADELLA, 1992, “uma forma alternativa de analisar as principais estruturas de carácter e os seus problemas é vê-los como distúrbios do funcionamento primário dos sete chakras”. O seu funcionamento está directamente relacionado com o estado psíquico da pessoa e sofre influência de todo o seu desenvolvimento, inclusive perinatal. Bloqueios e conflitos emocionais alteram o fluxo de energia corporal e provocam alterações nas zonas do corpo relativas a cada um dos chakras.
O primeiro centro, o chakra da Raiz, tem como função primária enraizar, no sentido de um compromisso com o corpo e um desejo de sobrevivência. A Raiz tem como qualidade principal o grounding, que representa a nossa capacidade de contacto com a nossa realidade interna e externa. São as nossas competências de sustentação, assertividade e concretização. Representa assim uma espécie de compromisso com o corpo e um desejo de sobrevivência que se liga à energia da terra. A falta de grounding promove o fracasso, desamparo, colapso, perda de direcção ou rigidez, inflexibilidade e esforço exagerado; “Pernas firmes, com energia e bem plantadas no chão, conduzem a uma melhor percepção de si próprio e da realidade externa, que resulta no sentimento de segurança” LOWEN, 1982.
Este chakra corresponde ao “direito de ter”, compreendido num sentido amplo quer de necessidades físicas quer emocionais. Se relacionarmos com as etapas do desenvolvimento definidas por Frank Lake diria que está ligado ao direito de ser e existir, relacionado com a função de carácter esquizo/oral.
Para Barbara Brennam está conectado com a quantidade de energia física e a vontade de viver na realidade material, que dá ao individuo a capacidade de estar presente com força e vitalidade, que emanam como energia vital.
Quando o chakra da Raiz se encontra equilibrado, a pessoa beneficia de presença, força, vitalidade e vontade de viver. Encontra-se presente, bem apoiada na sua realidade física e emocional e usufrui do sentimento de independência e força pessoal. Quando este centro se encontra obstruído ou fechado, bloqueia-se grande parte da força física e vital e as pessoas parecem não estar no aqui e no agora, vivendo a vida de uma forma aluada e pouco materializada. Podem apresentar as polaridades de excesso ou escassez de firmeza (rigidez/fragilidade), com medo da dependência ou da independência.
Está relacionado com as glândulas supra-renais que se situam acima dos rins e são responsáveis pela regulação do metabolismo do sódio, do potássio, da água, dos hidratos de carbono e das reacções do corpo humano ao stress. Estão relacionadas com a manutenção da vida no corpo, o equilíbrio do meio interno, ou seja, a homeostasia do organismo. Neste sentido, a homeostasia do organismo depende da forma como foi satisfeito o nosso direito de ter (no qual se inclui o direito de ser e existir), não só as necessidades básicas necessárias à sobrevivência, mas também as necessidades emocionais de amor incondicional por parte dos nossos progenitores. Como fui planeado, gerado e recebido no mundo.
O amor está directamente relacionado com a segurança e o medo/falta de segurança é uma expressão de um qualquer vazio que deriva do sentimento de falta de amor. Estarmos enraizados, quer internamente quer externamente, com os outros e com o mundo, depende sempre da qualidade de contacto que a nossa energia encontrou. Começa pelos olhos, depois passa para a boca, primeiro é horizontal e só depois passa a vertical. É esse contacto, ou melhor, a qualidade de contacto que esteve presente durante a nossa gestação e desenvolvimento, que nos alimenta, nos dá força e nos permite viver com presença e vitalidade.
A pergunta básica deste chakra é então, “onde estão as minhas fontes de força?”, onde é que vou buscar o que me alimenta, me protege e me permite viver em bem-estar físico e emocional.
O segundo chakra é o Hara, cuja qualidade é a serenidade. Ao contrário da Raiz que nos ensina a formar a nossa base e o centro da nossa atenção está no Eu, o Hara compreende já a mudança do Eu para o Outro, da singularidade para a dualidade e permite-nos descobrir o reino dos sentimentos e dos desejos. Este centro tem como função primária a carga ou emoção. Corresponde à energia disponível para a realização vital. Este chakra é o principal transmissor da energia vital, ou prana, para o nosso corpo físico, razão pela qual, a função mais importante é a de absorver e distribuir vitalidade. Para Boadella, este centro está intimamente ligado ao umbigo e à sensação de contacto via conexão com o cordão umbilical. Na infância é o centro do bem-estar, sustentado por experiências agradáveis no seio. Durante e após a adolescência relaciona-se com a sexualidade. Ao longo do desenvolvimento, a líbido passa então da boca para os genitais.
Este chakra já não está relacionado com a imobilidade, mas sim com o movimento. O movimento do nosso corpo físico, bem como o movimento interno da nossa energia emocional. Segundo JUDITH E VEGA, 1993 “emoções bloqueadas reprimem o movimento e restringem o fluxo de energia através do segundo chakra e através do corpo como um todo. O trabalho emocional é um processo que consiste em recuperar os sentimentos perdidos (…).”
Os bloqueios ao nível deste chakra, cuja função primária se relaciona sempre com questões de carga, apresentam as polaridades de baixa carga ou sobrecarga. Em situações de défice energético, fazem-nos sentir o medo da mudança, parecer vazios, insensíveis, com dificuldade em viver as emoções, sem capacidade de sentir e apreciar o prazer e com disfunções ao nível da hipossexualidade. Pelo contrário, o excesso de energia neste nível faz com que possamos ser demasiado emotivos, com flutuações entre os extremos e com necessidade de constantes estimulações prazerosas. Corresponde ao «direito de sentir», de entrar em contacto com as minhas emoções, com o meu prazer, com a minha vontade. Diria que este chakra está ligado à Fase Oral, ao tema da nutrição e segurança, ao Holding (sentir-se seguro). Esta fase, que vai mais ou menos do primeiro mês ao ano e meio, corresponde à fase em que a criança se apropria desses direitos o que permite que se desenvolva com confiança e com capacidade de vivenciar as suas emoções. Todos estes factores serão condicionantes da forma como cada pessoa vive, sente e expressa a sua sexualidade, o seu prazer e as suas emoções.
Este chakra está relacionado com as glândulas reprodutoras masculinas e femininas (testículos e ovários) que são responsáveis pela reprodução e pela produção de hormonas sexuais (estrogénio e testosterona). As hormonas sexuais têm efeitos sobre diversas áreas do nosso corpo, nomeadamente, cabelo, desejo sexual, tamanho do peito e força. As disfunções ao nível das hormonas sexuais podem estar na origem de alguns problemas de saúde, tal como a síndrome de ovários poliquísticos. A questão chave que se coloca para trabalhar este centro é “Quem sou eu e como uso a minha força?”.
O Chakra do Plexo está relacionado com o poder pessoal, vontade e vitalidade. Liga-se à nossa parte emocional e à nossa capacidade de lidar com os conflitos. “É aqui que empreendemos a acção, que criamos a mudança, que nos reorganizamos para a eficiência e que nos purificamos na chama da vida” JUDITH E VEGA, 1993.
Este centro reflecte a nossa parte emocional, a nossa personalidade, o nosso Ego e tem como função mais profunda a transmutação da energia para que ocorra transformação. É um chakra intermediário, com uma função determinante na ligação entre a parte de baixo e a parte de cima do nosso corpo. Os bloqueios deste chakra dificultam a transmutação e a passagem do fluxo energético da parte inferior do corpo, para a parte superior, o que gera uma separação no organismo, perfeitamente visível em alguns corpos. É o centro do poder, de ser capaz e de adquirir o nosso “direito de agir”. Está assim associado à questão do poder pessoal, à sensação de controlo sobre a própria vida, ao modo como se vê a si mesmo em relação aos outros e como estabelece seus relacionamentos. São as questões dos vínculos, fronteiras, limites e autoconfiança.
Para BOADELLA, 1992 “os conflitos básicos deste chakra expressam uma dentificação com o poder e a dominação, ou com a rendição ao poder dos outros (submissão), quando o desejável seria a combinação entre o próprio poder e o poder alheio em actos de cooperação”. O Plexo funciona como um satélite que está sempre a avaliar o ambiente externo, em busca de informações sobre como agir. É uma área onde criamos muitas defesas, que nos conduzem muitas vezes a não agir de acordo com as nossas orientações internas. Os bloqueios e desequilíbrios estão relacionados com o medo, perda de autoconfiança, ansiedade ou bravata (falsa coragem e tendências contrafóbicas). A pessoa pode identificar-se com a raiva ou com a ansiedade, numa tendência de invadir os outros ou permitir-se ser invadida. “Quando o chakra do Plexo Solar equilibra o seu movimento energético e se abre, é possível criar novos caminhos internos, com novos pensamentos, sentimentos e atitudes. Criar liberdade” SAMPAIO C., 2012.
Este «direito de ser livre» e de agir de acordo com as nossas convicções internas e menos de acordo com o que o ambiente espera de nós, está na minha opinião muito relacionado com a fase transitória entre a etapa oral e anal, na qual a criança começa a entrar numa fase mais individuada e com possibilidade de afastamento da mãe. O tema é a construção da autonomia e independência, é o tempo do não, dos limites e da construção do superego, durante o qual a forma como a mãe apoia, reconhece e suporta a criança na construção da sua identidade, são fundamentais para o desenvolvimento da confiança, auto-estima e poder pessoal.
Um exemplo de carência ao nível do Plexo é a dependência de substâncias energéticas, que pode ser o resultado duma deficiência básica na sensação de poder, autoconfiança e vitalidade da pessoa.
As características da energia disseminada através desse centro são as responsáveis pelo metabolismo. A glândula endócrina associada ao Plexo Solar é o Pâncreas, que controla não apenas os processos da digestão, mas juntamente com a insulina, regula o metabolismo do açúcar e o equilíbrio calórico da bioquímica ou da produção de calor corporal. É um estabilizador das funções corporais. O pâncreas é um órgão produtor de enzimas, proteínas que aumentam a rapidez das transformações químicas. Em termos mais psíquicos entendo os distúrbios ao nível do pâncreas, como se não tivéssemos capacidade de digerir os outros em nós, construir a ponte entre o externo e o interno, desenvolvendo a autoconfiança necessária para limitarmos as interferências. A questão central deste chakra é “Como reconhecer fronteiras, como lidar com o conflito construtivamente?”.
O quarto Chakra, tem como qualidade a alegria, a celebração da vida e a função essencial é a compaixão. O Coração é o centro da união com o próximo, com a vida e com o mundo. Relaciona-se com a compaixão, a habilidade de amar profundamente e de formar relacionamentos. É o tecto dos centros inferiores, a raiz dos superiores, o ponto de equilíbrio e o integrador do mundo da matéria e do mundo espiritual. Rege o equilíbrio interno e o equilíbrio nos nossos relacionamentos e no ambiente externo geral, possibilitando o encontro com a paz e a serenidade. É a fase do «direito de amar» e ser amado e o tema é sempre o do amor e da expressão dos afectos. O amor entendido como estado expansivo e de transcendência do espírito, razão pela qual, Boadella chama de chakra da União. “Através desse centro, ligamos cordões aos centros do coração das pessoas com as quais temos uma relação de amor”, BRENNAM, 1987.
Quando este chakra está em desequilíbrio, o peito parece contraído, a respiração profunda e difícil e verifica-se uma tendência à depressão. Nestas circunstâncias, a pessoa pode ter a tendência de se isolar, ter medo dos relacionamentos interpessoais e sofrer com falta de amor-próprio. Como este chakra é o centro do sistema energético, quando está bloqueado, o fluxo entre os corpos inferiores e superiores fica muito dificultado e pode verificar-se uma cisão corpo-mente. Em situações de excesso de energia, verifica-se a tendência para ignorarmos a nossa essência em função dos outros, em padrões viciados que não nutrem e por vezes destroem. Podemos então oscilar entre as polaridades de dependência/fusão e incapacidade de entrega/indiferença.
“A tarefa do chakra Cardíaco é entrar num estado de equilíbrio interior com nós mesmos e com os nossos relacionamentos e abrir-nos à compaixão e ao amor. A passagem da energia através do coração une a mente e o corpo, o interior com o exterior, o eu com o outro e nos recompensa com uma sensação de paz e de realização”, JUDITH E VEGA, 1993.
A glândula Timo está associada ao chakra Cardíaco e é responsável pelo nosso sistema imunológico. A glândula timo é muito activa durante a infância e desempenha um papel crucial no desenvolvimento e na melhoria do sistema imunitário da criança. É uma glândula que cresce até à puberdade, altura a partir da qual ela começa a involuir, ou seja, diminui de tamanho. O nosso sistema imunológico está então relacionado com a forma como criamos, mantemos e vivemos esse sentimento de união entre nós e os outros, entre o interior e o exterior.
Para trabalhar o Chakra Cardíaco, a questão que se coloca é “Como melhorar as minhas qualidades de contacto?”.
Chakra da Garganta tem como qualidade a expressão, a comunicação e a partilha. O centro da Garganta tem como função principal a comunicação ou a emissão de sons e envolve todo o aparelho produtor de voz. O elemento deste chakra é o som. “É através do som e da comunicação que criamos continuamente e insuflamos o espírito no nosso mundo, mantendo-o vivo e vitalizado. O som dá forma ao espírito. Por essa razão o som e a comunicação se ligam à criatividade, nossa expressão única do espírito” JUDITH E VEGA, 1993.
A garganta como canal de expressão está ligada à forma como estamos ligados ao coração, expressamos os nossos sentimentos, a nossa percepção e a nossa criatividade. Toda a criatividade é uma forma de comunicação, tal como as artes bem o expressam. A comunicação é também uma actividade rítmica, que depende da ressonância com os outros. Está relacionado com o direito de falar e de ouvir a verdade, tal como quando somos impedidos de nos expressar, não somos ouvidos quando falamos ou simplesmente se expressam connosco de formas desonestas. Os bloqueios deste centro por excesso de energia, são característicos de pessoas que falam muito mas dizem muito pouco. É como se descarregassem a energia em excesso através da verborreia, porque a garganta, as mãos e os pés são os lugares do corpo através dos quais podemos descarregar energia e libertar tensões. Por outro lado, uma deficiência energética é visível em pessoas que apresentam dificuldades na comunicação. Garganta apertada, ombros tensos e voz sem ritmo, indicam bloqueios neste Chakra. Para Boadella os distúrbios podem apresentar-se na forma de introjecção ou de projecção e a culpa e a censura estão muito ligadas aos bloqueios deste centro. O equilíbrio do quinto chakra resulta numa comunicação mais conveniente e eficiente, estados de consciência mais profundos e criatividade.
A glândula associada é a Tiróide, que produz principalmente tiroxina e triiodotironina. Regula a taxa do metabolismo e afecta o aumento e a taxa funcional de muitos outros sistemas do corpo. A Tiróide também produz calcitonina, que possui um papel muito importante na homeostase do cálcio. O hipertireoidismo e hipotireoidismo são os problemas mais comuns desta glândula. A questão essencial deste centro reporta-se a forma “Como integro a linguagem com a minha experiência, como me comunico?”
O Terceiro Olho tem como qualidade a clareza mental. O centro da Fronte ou Terceiro Olho relaciona-se com a percepção visual, psíquica e intuitiva – olhar para fora e ver por dentro. Está assim relacionado com a nossa clarividência, que é a capacidade de ver claramente, não com os olhos mas com todo o nosso sistema de percepção intuitiva, que nos leva para lá do tempo e do espaço.
Ele representa a capacidade da pessoa se encarar a si própria e aos outros. Relaciona-se com o poder de imaginar, assim como com o poder de ver profundamente a essência de uma situação. É o lugar onde armazenamos as nossas lembranças, percebemos os nossos sonhos e imaginamos o nosso futuro. “É o centro que recebe, armazena, interpreta, cria e projecta visualmente a informação codificada”, JUDITH E VEGA, 1993.
Este chakra corresponde ao “direito de ver”, que é desrespeitado quando negam aquilo que é claro e verdadeiro ou quando depreciam a nossa visão. É o direito de nos vermos a nós próprios e sermos considerados por isso, de vermos os outros e a vida. Quando, ao longo do nosso desenvolvimento, se verifica pouca consideração por este direito, como por exemplo através das mentiras que se dizem às crianças, o nosso Terceiro Olho pode ser afectado o que restringe as nossas capacidades psíquicas. Assim, os bloqueios deste chakra podem ser verificados através do psiquismo aberrante, em situações de excesso de energia, provocando fantasias paranóicas, alucinações, pesadelos…. Ou em situações de carência, verificando-se uma postura de alheamento, dúvida, confusão, falta de clareza e fixação (visão estreita, sistema rígido de crenças e ponto de vista dogmático).
Não existe consenso relativamente à glândula que está associada a este chakra. A bibliografia consultada alterna entre a Pituitária (hipófise) e a Pineal, ambas localizadas no cérebro e inter-relacionadas entre si.
A Pituitária é considerada uma glândula mestra, pois segrega hormonas que controlam o funcionamento de outras glândulas, sendo grande parte das suas funções reguladas pelo hipotálamo. Os sintomas de mau funcionamento variam consoante a hormona afectada. Exemplos de hormonas segregadas pela Pituitária são a hormona do crescimento e a ocitocina (hormona produzida pelo hipotálamo e armazenada na hipófise, com a função de promover as contracções uterinas durante o parto e a ejecção do leite materno durante a amamentação).
A glândula Pineal tem sido considerada desde Descartes como o ponto de união substancial entre corpo e alma. De acordo com a filosofia Hindu, esta glândula é um dos principais órgãos do corpo e está associada ao funcionamento quer do chakra do terceiro olho quer do chakra coronário. As suas funções são muito discutidas, mas existe consenso relativamente ao papel que exerce na regulação dos chamados ciclos circadianos, que são os ciclos vitais (principalmente o sono) e no controle das actividades sexuais e de reprodução. A glândula Pineal é responsável pela produção de Melatonina, uma hormona que é estimulada pela escuridão e inibida pela luz, essencial na regulação dos ciclos do sono. A ausência de luz faz aumentar os níveis de melatonina, que por sua vez provocam sono, falta de motivação, inactividade, diminuição de imagens internas e depressão. Quando a Glândula Pineal está equilibrada, a pessoa consegue encontrar saídas/respostas, mesmo em situações difíceis.
Segundo David Boadella a glândula associada ao chakra do terceiro olho é a glândula Pineal. A pergunta associada a este chakra é “Para onde vou, como concretizar os meus sonhos?”.
Por fim o Chakra da Coroa, cuja qualidade é a espiritualidade e transcendência. O centro da Coroa é o canal de comunicação com o cosmo. Relaciona-se com o pensamento, a consciência, a informação e a inteligência. Está ligado ao nosso modo de pensar, ao nosso sistema de crenças e à ligação ao superior, numa abertura para algo maior do que o ser, onde se dá a integração de todas as nossas qualidades. “Este chakra pode ser visto como o disco que contém o sistema operacional para todo o bio-computador corpo-mente” JUDITH E VEGA, 1993.
As distorções/perturbações deste chakra são o excesso de pensamento, como no caso das pessoas que estão sempre na cabeça ou no inverso, a incapacidade de pensarem por si próprias, radicalismo e sistemas de crenças fechados. Verifica-se também como bloqueios neste chakra, a pseudo espiritualidade e a falta de ética (tudo justifica a sua espiritualidade).
Este chakra corresponde ao “direito de saber”, que inclui não só o direito à informação, à verdade, à educação e ao conhecimento como ao direito espiritual de nos conectarmos com o divino, seja qual for a nossa concepção espiritual.
Não farei referência à glândula que está associada a este chakra, pela inexistência de consenso relativamente à ligação à glândula Pineal e/ou Pituitária, embora na minha opinião faça sentido que a Glândula Pineal esteja ligada a ambos os chakras superiores. A pergunta associada a este Chakra é “Quais os meus valores e como comportar-me eticamente?”
Ana Galhardo Simõ
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