Até que um dia, soubemos da vinda ao Brasil do Dr. Alexander Lowen, criador da Análise Bioenergética.
O mesmo faria um workshop de cinco dias em Salvador, na Bahia.
O evento aconteceu num hotel à beira mar, com um grupo de aproximadamente 40 pessoas, incluindo o Dr. Alexander Lowen e Frank Ladky, seu assistente nesse workshop e amigo de muitos anos.Conviver com o Dr. Lowen, e vê-lo aplicar as técnicas e recursos do seu trabalho, mostrou-nos a sua grandiosidade e competência em Análise Bioenergética.
É um homem de estatura média, vigoroso, energético, hoje (1999) com 89 anos.
Símbolo vivo do seu trabalho e obra, possui olhos ágeis e cheios da sabedoria de quem olha e vê; enxerga o exterior de uma pessoa, fazendo a imediata ponte e ligação, com o seu interior.
Através dessa leitura, pode mostrar e ensinar a estreita ligação entre mente e corpo.
Entre psiquê e soma. Entre o interno e o externo.
Neste workshop houve um momento em que ele solicitou um voluntário para trabalhar. Ofereci-me. Olhou meu corpo, durante alguns momentos. Ambos em pé. Fez-se silêncio na sala.
Ele cruzou os braços, levando um dedo ao queixo, e, após respirar profundamente, olhou para mim e, em seguida, para o grande grupo. Disse:
“A sua questão é o medo… que aparece nos seus olhos.” Aproximou-se de mim, cobriu a parte inferior do meu rosto com a mão, deixando somente os olhos expostos. Para que o sentimento ficasse mais exposto. E mostrando para o grupo, perguntou:
“ vêem?”
Afastou-se, continuou olhando para mim e acrescentou, dirigindo-se ao meu tórax.:. “Aqui tem oralidade.”
Fez referência às minhas pernas como sendo de boa qualidade. Então, pediu-me para ficar em grounding ( postura com os joelhos flexionados que tem o objetivo de enraizar e fazer contato com a realidade). Em seguida, para erguer minhas mãos na altura da cabeça fechando-as, socando para a frente e dizendo “não” e “comigo não”. Pediu-me que colocasse o maxilar inferior para a frente.
Foi uma postura agressiva e que ajudou-me muito na vida, a partir daquele momento e depois, com a continuidade da minha experiência psicoterapêutica pessoal.
O resto do workshop foi de uma profunda admiração, pelas transformações obtidas por quase todos os participantes que puderam ser trabalhados por ele.
A fantástica possibilidade da associação da análise da história familiar e sua dinâmica, com sua relação corporal.
Onde nossa história inscreveu-se no nosso corpo?
De que forma?
Quais os vestígios que ficaram, dos nossos medos, nossas dores, faltas, raivas, mágoas?
E onde?
A maneira como bloqueamos nossos corpos, e a passagem da energia vital.
Como nos encouraçamos , sob as profundas defesas que erguemos para nos proteger da dureza e da cruzada da vida.
Foi uma experiência marcante e definitiva.
No ano de 1989. Ele estava com 79 anos.
Interessante, que à noite, quando estávamos exaustos, após o jantar, ele pedia para ir até algum local onde pudesse ver pessoas dançando.
As pessoas o levavam e voltavam comentando a sua alegria e disposição.
No dia seguinte, na hora marcada para o reinicio dos trabalhos, lá estava ele tranqüilo e bem disposto.
O workshop mudou-nos a vida, dirigindo-a na direção de um maior aprofundamento dos trabalhos psicocorporais através da Análise Bioenergética.
Ao aprofundarmo-nos na sua teoria e obra, pudemos cada vez mais descobrir que aquele homem, tão vigoroso, perceptivo, sagaz, forte e de visão tão transparente, também escrevia com graça, poesia e profundidade; requisito dos privilegiados em comunicar verdades profundas.
Seus livros reproduzem sua caminhada e história. Ao relacionar casos clínicos e situações, ele ensina, verdadeiramente, sua técnica, fundamentando-a numa teoria sólida e consistente.
Este foi um momento importante e decisivo na nossa trajetória.
Com nossa formação se desenvolvendo, fomos percebendo, o quanto o trabalho corporal exercia um efeito saudável nas pessoas.
Esta experiência foi nos despertando para a leitura do funcionamento do organismo das pessoas, que nos fazia bem mais atentos às questões psicocorporais. Observamos que a expressão é profundamente transformadora. Que calar e engolir, definitivamente, com o tempo, podem nos fazer adoecer.
Depois deste primeiro encontro outros aconteceram.
No congresso em Miami, outro em Corfu.
O Workshop em New York. A visita em sua casa.
Todos encontros permeados de admiração, agradecimento e carinho.
Durante muitos anos trabalhamos com treinamentos de integração de grupos, utilizando recursos da Dinâmica de Grupos e do Psicodrama.
Até que um dia, soubemos da vinda ao Brasil do Dr. Alexander Lowen, criador da Análise Bioenergética.
O mesmo faria um workshop de cinco dias em Salvador, na Bahia.
O evento aconteceu num hotel à beira mar, com um grupo de aproximadamente 40 pessoas, incluindo o Dr. Alexander Lowen e Frank Ladky, seu assistente nesse workshop e amigo de muitos anos.
Conviver com o Dr. Lowen, e vê-lo aplicar as técnicas e recursos do seu trabalho, mostrou-nos a sua grandiosidade e competência em Análise Bioenergética.
É um homem de estatura média, vigoroso, energético, hoje (1999) com 89 anos.
Símbolo vivo do seu trabalho e obra, possui olhos ágeis e cheios da sabedoria de quem olha e vê; enxerga o exterior de uma pessoa, fazendo a imediata ponte e ligação, com o seu interior.
Através dessa leitura, pode mostrar e ensinar a estreita ligação entre mente e corpo.
Entre psiquê e soma. Entre o interno e o externo.
Neste workshop houve um momento em que ele solicitou um voluntário para trabalhar. Ofereci-me. Olhou meu corpo, durante alguns momentos. Ambos em pé. Fez-se silêncio na sala.
Ele cruzou os braços, levando um dedo ao queixo, e, após respirar profundamente, olhou para mim e, em seguida, para o grande grupo. Disse:
“A sua questão é o medo… que aparece nos seus olhos.” Aproximou-se de mim, cobriu a parte inferior do meu rosto com a mão, deixando somente os olhos expostos. Para que o sentimento ficasse mais exposto. E mostrando para o grupo, perguntou:
“ vêem?”
Afastou-se, continuou olhando para mim e acrescentou, dirigindo-se ao meu tórax.:. “Aqui tem oralidade.”
Fez referência às minhas pernas como sendo de boa qualidade. Então, pediu-me para ficar em grounding ( postura com os joelhos flexionados que tem o objetivo de enraizar e fazer contato com a realidade). Em seguida, para erguer minhas mãos na altura da cabeça fechando-as, socando para a frente e dizendo “não” e “comigo não”. Pediu-me que colocasse o maxilar inferior para a frente.
Foi uma postura agressiva e que ajudou-me muito na vida, a partir daquele momento e depois, com a continuidade da minha experiência psicoterapêutica pessoal.
O resto do workshop foi de uma profunda admiração, pelas transformações obtidas por quase todos os participantes que puderam ser trabalhados por ele.
A fantástica possibilidade da associação da análise da história familiar e sua dinâmica, com sua relação corporal.
Onde nossa história inscreveu-se no nosso corpo?
De que forma?
Quais os vestígios que ficaram, dos nossos medos, nossas dores, faltas, raivas, mágoas?
E onde?
A maneira como bloqueamos nossos corpos, e a passagem da energia vital.
Como nos encouraçamos , sob as profundas defesas que erguemos para nos proteger da dureza e da cruzada da vida.
Foi uma experiência marcante e definitiva.
No ano de 1989. Ele estava com 79 anos.
Interessante, que à noite, quando estávamos exaustos, após o jantar, ele pedia para ir até algum local onde pudesse ver pessoas dançando.
As pessoas o levavam e voltavam comentando a sua alegria e disposição.
No dia seguinte, na hora marcada para o reinicio dos trabalhos, lá estava ele tranqüilo e bem disposto.
O workshop mudou-nos a vida, dirigindo-a na direção de um maior aprofundamento dos trabalhos psicocorporais através da Análise Bioenergética.
Ao aprofundarmo-nos na sua teoria e obra, pudemos cada vez mais descobrir que aquele homem, tão vigoroso, perceptivo, sagaz, forte e de visão tão transparente, também escrevia com graça, poesia e profundidade; requisito dos privilegiados em comunicar verdades profundas.
Seus livros reproduzem sua caminhada e história. Ao relacionar casos clínicos e situações, ele ensina, verdadeiramente, sua técnica, fundamentando-a numa teoria sólida e consistente.
Este foi um momento importante e decisivo na nossa trajetória.
Com nossa formação se desenvolvendo, fomos percebendo, o quanto o trabalho corporal exercia um efeito saudável nas pessoas.
Esta experiência foi nos despertando para a leitura do funcionamento do organismo das pessoas, que nos fazia bem mais atentos às questões psicocorporais. Observamos que a expressão é profundamente transformadora. Que calar e engolir, definitivamente, com o tempo, podem nos fazer adoecer.
Depois deste primeiro encontro outros aconteceram.
No congresso em Miami, outro em Corfu.
O Workshop em New York. A visita em sua casa.
Todos encontros permeados de admiração, agradecimento e carinho.
Jayme Panerai Alves
Psicólogo