53 – Título do trabalho:
A Análise Bioenergética hoje – um comentário analítico do Encontro
Modalidade de apresentação:
Mesa Redonda
Nome completo, titulação e instituição do(s) autor(es):
Luiza Revoredo de Oliveira Reghin – CBT e local trainer, membro da Sociedade Brasileira de Análise Bioenergética – SOBAB e do R76 – Ação e Prevenção em Saúde Psicorporal.
Resumo:
Apresento uma reflexão sobre o percurso da Análise Bioenergética no Brasil ao longo destes 30 anos, na qualidade de uma representante brasileira e membro da Comissão Científica do Primeiro Encontro Latino Americano de A.B
Absorvida no Brasil nos anos 70, como uma terapia alternativa criada nas bases do movimento da contracultura e do potencial humano, com a máxima de expressar-se ou morrer, podemos dizer que a AB é a psicoterapia neo-reichiana mais conhecida e que cumpriu a função de divulgar os conceitos de energia e unidade funcional corpo-mente.
De 1970 para cá muita coisa mudou no Brasil e no mundo, muita coisa mudou no rumo das psicoterapias. Hoje nossos temas não se referem somente à repressão, mas à exclusão e ameaças às possibilidades de existir e a nossa tarefa é lidar com o diferente em nós e no outro, criando dispositivos que viabilizem o fluxo liberado nos corpos individuais e coletivos, favorecendo a vida e as múltiplas formas de existir.
A AB seguiu sua trajetória até então fora da Academia, o que por um lado a tornou acessível à profissionais de saúde, educação e outros campos, mas por
outro criou-se num isolamento teórico que levou a uma cristalização de
conceitos, acabando por se constituir na força da sua técnica.
Reflito sobre os riscos de um aprisionamento teórico- técnico num modelo patriarcal, as implicações deste referencial nas nossas práticas e os custos para a manutenção da «identidade» analistas bioenergéticos.
Derivo a proposta de elaboração aprofundada dos diálogos ensaiados com outras abordagens , observando que temos trabalhados com construtos teóricos diversos . Convido, então, à criação de sínteses e desenhos que permitam a coexistência e o confronto, espaços abertos para o novo, construindo um grounding teórico- técnico que ultrapasse dicotomias e dualidades, onde a criação se dê na tensão Análise Bioenergética e diferença, unidade e multiplicidade para o respaldo do exercício da clínica analítico- bioenergética na contemporaneidade