30 – Título do trabalho:
Sexualidade: Um olhar feminino
Modalidade de apresentação:
Vivência: Novas demandas para a prática clínica
Nome completo, titulação e instituição do(s) autor(es):
Cristina Piauhy Mendes – Psicóloga – CBT, Supervisora e Local Trainer -Diretora da Sociedade de Análise Bioenergética da Bahia – SABBA
Resumo:
O corpo, segundo o antropólogo Pierre Bourdieu e o filósofo Michel Foucault, é um lugar prático e direto de controle social. Vistos historicamente, o disciplinamento e a normatização do corpo feminino, têm de ser reconhecidos como uma estratégia durável e flexível de controle social. Os corpos femininos tornam-se o que Foucault chama de «corpos dóceis» sujeito à transformação e ao «aperfeiçoamento», por meio de disciplinas rigorosas e reguladoras sobre a dieta, a maquiagem, e o vestuário.
Do ponto de vista de Alexander Lowen e W. Reich, os enrijecimentos provocados por padrões a serem cumpridos, limitam a motilidade e reduzem a intensidade das sensações sexuais empobrecendo a resposta orgástica. De acordo com alguns estudos Psicanalíticos, as mulheres buscaram durante muito tempo a adequação ao discurso do outro sobre ela, e este discurso era feito na sua grande maioria pelos homens.
No contexto histórico, as que tentaram fugir a esse padrão e ousaram falar dos seus desejos e potencialidades, eram punidas e tidas como endemoniadas, de acordo com o conceito judaico e cristão do demônio como mau. Nas crenças da antiguidade e no politeísmo, demônio era o gênio inspirador, bom ou mau, que presidia o caráter e o destino de cada indivíduo.
Buscando articular as abordagens acima citadas, venho desenvolvendo um trabalho com um grupo de mulheres, onde utilizamos os exercícios da Análise Bioenergética para desbloquear a energia no corpo, permitindo assim que os demônios se expressem como algo vivo, pulsante e inspirador de um novo lugar para as mulheres construído a partir de cada uma.