36 – Título do trabalho:
O Corpo em Movimento: Uma experiência sob a visão étnica/racial.
Modalidade de apresentação:
Mesa redonda: Modos de Intervenção no social: revisão téorico-tecnica e desenvolvimento de recursos
Nome completo, titulação e instituição do(s) autor(es):
Marilza de Souza Martins – Psicóloga, Psicoterapeuta Reichiana, Professora do curso de especialização reichiana do Instituto Sedes Sapientiae, uma das fundadoras e coordenadora do Instituto AMMA Psique Negritude. Membro CBT da Sociedade Brasileira de Análise Bioenergética – SOBAB
Resumo:
O presente relato é uma experiência de trabalho com base na Bioenergética denominada ” O CORPO EM MOVIMENTO “, realizada com um grupo de mulheres e homens negros na cidade de São Paulo.
Ela significa a tentativa de oferecer aos afro-descendentes as condições experiênciais de auto-conhecimento através do corpo, tendo como estratégia, para reflexão sobre a questão étnica/racial, a intervenção corporal e verbal.
Este trabalho tem demonstrado que mesmo quando consciente das implicações histórico-políticas de sua condição sócio-cultural, o negro se sente e se vê indelevelmente afetado pelas marcas do racismo e inúmeras vezes com seqüelas irreversíveis.
Por outro lado, como diz Milton em sua *canção: “Quem traz no corpo a marca…mistura a dor e a alegria…Possui a estranha mania…De ter fé na vida”.
Nesse sentido, o corpo negro que é o primeiro sinal que identifica o sujeito e o distingue, se constitui como o campo privilegiado por onde a injunção racial
mais se inscreve. É onde, por mais que nos indignemos ou não nos deixemos afetar, nós como psicoterapeutas corporais e cidadãos, estamos duplamente implicados.
Suponho que nossa escuta não nos tenha permitido ouvir. Contudo, mais surpreendentemente ainda, nosso olhos não têm sido capazes de ver!..Onde estamos nós bioenergeticistas?
* Canção: Maria, Maria – Milton Nascimento e Fernando Blandt.