RESILIÊNCIA NO SÉCULO XXI – DESCOBRINDO A PRÓPRIA FORTALEZA
MARIANGELA GARGIONI DONIC
Psicóloga – Analista Bioenergético pelo IABSP – Mestre em psicologia Clínica: Núcleo Psicossomática e Psicologia Hospitalar-PUC/SP.
RESUMO
O conceito de resiliência constitui uma poderosa ferramenta de transformação permitindo ser um alento ao sofrimento humano, por encorajar a adaptação às situações desafiadores e estressantes da existência, por meio de um engajamento ativo e da busca de respostas positivas que possam reconduzir o individuo ao um estado de equilíbrio bio, psico, social e espiritual.
Na sociedade moderna as mudanças estão cada vez mais rápidas e profundas, exigindo constantes esforços de adaptação e, portanto, tornando a resiliência um desafio ao novo milênio.
A resiliência não deve pertencer a um grupo conceitual ideológico, ao contrário, advém do sentido que é atribuído à existência humana, ou seja, da capacidade de fazer laços afetivos e profissionais e ainda da presença de um projeto de vida.
A investigação da Resiliência e suas características residem na possibilidade de implementar programas preventivos e interventivos, conscientizando a população sobre a utilização de seus recursos internos para promover uma existência mais sadia e com qualidade.
Dentre os fenômenos indicativos de vida saudável destaca-se a resiliência, por referir-se a processos que explicam a superação de adversidades, onde o foco esta no indivíduo, grupo ou comunidade, propondo-se a prevenir, minimizar, ou superar os efeitos danosos da adversidade.
Palavras-chave: Enfrentamento; estresse, qualidade de vida, resiliência, fatores de risco, fatores de proteção.
INTRODUÇÃO
“… não penso na angústia, mas penso na beleza de ainda viver”.
Diário de Anne Frank
Uma das características do pensamento reichiano é o seu otimismo, a sua esperança quanto ao desenvolvimento do núcleo saudável do ser humano.
Reich nos deixou um legado de fé; mais do que fazermos parte da natureza somos natureza; e era sobre essa vida que ele concluiu que devemos atuar.
De acordo com F. Capra (2004), W. Reich foi o pioneiro da mudança do paradigma; sua perspectiva cósmica, concepção holística e dinâmica do mundo; superava em muito a ciência de seu tempo, que não foram aceitas. No entanto o funcionalismo orgonômico coincide perfeitamente com o conceito de processo na sua visão moderna dos sistemas. O novo paradigma tem uma visão holística do mundo como também uma visão ecológica, reconhecendo a interdependência fundamental entre todos os fenômenos, como indivíduos e como sociedades estamos imersos nos processos cíclicos da natureza.(IN: SERRANO, 2004).
Uma das melhores contribuições do já extinto século XX foi sem dúvida alguma a emergência do paradigma ecológico na consciência coletiva. Existe um também um interesse na compreensão dos processos de bem-estar e qualidade de vida emocional que vem ganhando espaço nas discussões no campo da Psicologia.
Nós seres humanos, somos corpo, emoção, mente e espírito.Por outro lado, nossa existência individual ocorre nos campos familiar, sociocultural (político, econômico, histórico) e ambiental (ou cósmico), com os quais iremos mantendo relações de interdependência vital.
Cláudio Mello Wagner salienta que, o pensamento reichiano é um pensamento voltado para a compreensão funcional de todo e qualquer acontecimento e suas interações; seja este acontecimento uma variação climática, o desenvolvimento de uma planta, o funcionamento psicossomático, uma relação amorosa, o consumismo desenfreado, a loucura, as questões existenciais de vida e morte.
Esta é a razão pela qual todo psicoterapeuta realmente comprometido com a cura da dor humana não tem alternativa a não ser ir além do espaço clínico e a denunciar os
aspectos perversos dos sistemas sociais, político e econômicos, geradores da dor e do sofrimento.
Trazer algum grau de previsibilidade ao imprevisível parece ser a incansável batalha dos pesquisadores em ciências humanas e sociais.A possibilidade de a partir de elementos contextuais, podendo antecipar os rumos do comportamento humano traz expectativas bastante otimista em relação à possibilidade de desenvolver trabalhos que consideram os fatores de proteção ao risco.
O movimento intitulado Psicologia Positiva vem afirmar-se na edição especial de 2001 do periódico American Psychologist, e é definido como uma “tentativa de levar os psicólogos contemporâneos a adotarem uma visão mais aberta e apreciativa dos potenciais, das motivações e das capacidades humanas”.
O conceito é interessante para ser pesquisado, principalmente por trazer o desafio para a construção de linhas de pesquisa centradas num conhecimento que justifique os aspectos de saúde da condição humana sem que se incorra em classificações ou rotulações ideologicamente determinadas.
.É interessante a relação atualmente estabelecida entre a Psicologia Positiva e a resiliência; Yunes adotando uma visão sistêmica, ecológica e de desenvolvimento, conceitua essa psicologia como um movimento de investigação de aspectos potencialmente saudáveis dos seres humanos, motivações e capacidades em oposição à psicologia tradicional, rompendo com a tendência de perceber o ser humano dentro da abordagem reducionista da psicopatologia. Considera a resiliência como capacidade humana e como um dos fatores indicativos de vida saudável.
As atuais ciências da saúde também modificaram sua estrutura e raciocínio. Apesar de haver dominado por mais de 50 anos a definição de saúde da OMS: “saúde é não só a ausência de doença, mas um estado de completo bem-estar físico, mental e social” – com o acréscimo, em 1987, de uma quarta dimensão, o bem-estar espiritual –, há hoje novas estruturas, mais funcionais, para o conceito de saúde.
A estrutura de uma saúde pública mais consistente com o mundo da resiliência pode ser vista no Charter de Ottowa ,(conferência internacional sobre a promoção de saúde realizada em 21 de novembro de 1986), esta conferência estabeleceu os princípios para o processo de promoção da saúde “promoção da saúde é o processo que capacita as pessoas a terem controle sobre os fatores determinantes da saúde a fim de melhorar sua saúde e poder gozar de uma boa qualidade de vida”.
De acordo com Araújo a psicologia ambiental considera que, o conceito de resiliência pode ser amplificado ao relacionar a resiliência à idéia teórica de equilíbrio dos ecossistemas que, com seus mecanismos cibernéticos, mostram atributos homeostáticos, ou melhor, homodinâmicos que permitem que eles mantenham suas funções frente ao estresse induzido por mudanças estruturais.
Resiliência pode ser definida como a capacidade dos ecossistemas de resistir ao estresse e choques, de absorver o distúrbio e de se recuperar das mudanças disruptivas (criativas). Sabe-se que muitas dessas mudanças são devidas à atividade humana, a própria atividade econômica do ser humano.
A primeira vez que escutei a palavra resiliência foi em 2003, no grupo de orientação na PUC/SP com o Dr. Esdras Vasconcellos, onde Adelson A. Filgueira amigo do grupo, já na fase final de sua tese apresentava seu tema: “A RESILIÊNCIA DO (A) CABRA DA PESTE: UMA CONTRIBUIÇÃO À PROMOÇÃO DE SAÚDE NO SERTÃO NORDESTINO” (2005) .
Adelson pesquisa se o sertanejo é, antes de tudo, um forte? Sugere que, durante todo o século XX, a construção de um mito, onde o cabra da peste é colocado no mundo na condição de invulnerável. Para estudar a sua força buscou-se a resiliência. Sua pesquisa teve como objetivos pesquisar a constituição da resiliência no cabra da peste e como este conhecimento pode fomentar a promoção de saúde no sertão nordestino; sugerem que a resiliência no contexto sertanejo é apreendida como uma condição circunstanciada pela convivência do sertanejo com a seca, onde a adaptação positiva está associada a um contexto de miséria, predominando uma visão desta como conseqüência natural da estiagem. Neste sentido, subsiste a noção de sobrevivência à precariedade das condições de vida do sertão como expressão da resiliência dos seus habitantes.Constata ainda que entre outras coisas, que a resiliência do cabra da peste é uma construção sócio-histórica, ideologicamente apreendida de modo a justificar apenas uma parte da realidade.
É importante ressaltar que a ênfase na produção de Resiliência não deve substituir as políticas de combate á desigualdade social e condições de vida precária de alguns sujeitos.
O mundo não é humano só por ser feito de homens; nós humanizamos o que se passa no mundo e é no curso desse ato que aprendemos a ser humanos.
Compartilhar o mundo com outros homens é o que os gregos chamam de filantropia; a etimologia da palavra filantropia deriva suas raízes do grego φίλος philos (o filos), e άνθρωπος, antropos, que se traduzem respectivamente como “amor” (o “amante de”, “amigo de”), e “homem” (o “ser humano”) pelo que filantropia significa “amor a humanidade”.
“
Não estamos sós no mundo. Nós só podemos nos reconciliar com o gênero humano tomando consciência do fato de que são os Homens e não o homem, que habitam a terra”.
A literatura atual sobre resiliência mostra uma preocupação com a precisão dos conceitos que são usados e mesmo com a linguagem.Com o surgimento dos estudos sobre resiliência, conceitos como risco, vulnerabilidade, estresse, proteção, enfrentamento (coping) e competência passaram a fazer parte dos relatos empíricos dos estudiosos do fenômeno da resiliência e precisam se bem esclarecidos; e sabermos qual é a diferença entre eles.
Por que será que algumas pessoas, que agüentam muitas adversidades em suas vidas, ao invés de se perderem no desespero e se tornarem apáticas, deprimidas, revoltadas, agressivas, ao contrário, se capacitam para sobrepujar suas adversidades e se convertem em pessoas ainda melhores e mais saudáveis?
Por que alguns são mais vulneráveis que outros diante de situações de risco?
Por que outros indivíduos apresentam invulnerabilidade e competência para manejar situações estressantes?
Como alguns seres humanos podem se recuperar de grandes perdas materiais e/ou emocionais?
Por que será que algumas pessoas se mostram mais capazes que outras para encarar situações traumatizantes e se tornam depois, admiravelmente mais fortes?
Quais seriam as variáveis que possibilitam a alguns superar seus infortúnios de forma a estes não interferirem no desenvolvimento emocional posterior?
CAPRA, F., IN: No Despertar do Século XX, 2004, São Paulo, Casa do Psicólogo.
WAGNER, C.M. IN: No Despertar do Século XX, 2004, p.7., São Paulo,Casa do Psicólogo
DOKUSHÔ, V. – Mestre Zen- IN: No Despertar do Século XX p. 10.
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OTTOWA Charter, Geneva: WHO, 1986.
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Job, J.R.P. – A escritura da resiliência – Tese de doutorada apresentada ao Programa de estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica da PUCSP, 2000.
O conceito de coping tem sido descrito como o conjunto de estratégias utilizadas pelas pessoas para adaptarem-se a circunstâncias estressantes. O conceito de coping: uma revisão teórica. Antoniazzi, Dell’Aglio, Bandeira-Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1999.
Por que algumas crianças que nascem com malformação ou alterações genéticas, sensoriais importantes ou desorganização no padrão do desenvolvimento do sistema nervoso ou com uma doença auto imunes, evoluem muito melhor que outras crianças com patologia semelhante e cuidados iguais?
Acredito que a resposta a essas questões pode estar na Resiliência, cujo significado em saúde mental é a capacidade latente para se curar.
O argumento de que todo e qualquer criança passaria por algum tipo de dificuldade, tanto no aspecto emocional, social e físico como do econômico; reforça a tese do senso comum de que não há uma existência humana plenamente feliz e completamente protegida das incertezas da vida.
O maestro João Carlos Martins dá um exemplo de superação ao extrair das adversidades um estímulo para abrir caminhos na música e no trabalho.
Maria Callas, “a divina” a voz do século foi uma menina consumida por carências afetivas, num depósito de crianças emigrantes de Nova Iorque.
Alexander Lowen ao 96 anos, o fundador da Análise Bioenergética, hoje com mais de cinqüenta anos; onde seu propósito essencial sempre foi curar a cisão mente-corpo; sempre foi seu desafio nestes mais de sessenta anos em que pratica a psicoterapia. Aprendeu que o caminho para a saúde emocional passa pelo corpo; tendo sempre como foco a alegria de viver e para ele sentir a vida, é um convite para que honremos o corpo.
Após a morte de sua esposa Leslie em 2002, sua companheira por mais de 58 anos, perdeu oito quilos, nos meses seguintes à sua morte. O corpo sempre me salvou relata Lowen, em sua volta ao mundo das sensações, caminhando 3 ou 4 vezes por dia,respirando e soltando um “haaa”,isto contribuiu para lhe devolveu a vida,aos 94 anos. .
Não é preciso evocar ou citar celebridades para verificar exemplos de resiliência; basta olhar ao nosso redor para enxergar um resiliente. É possível ver, em favelas, algumas crianças que vivem em condições miseráveis, e mesmo assim conseguem se sobressair nos estudo.Há pessoas que nascem com deficiências físicas importantes, a ponto de ter a escolaridade prejudicada e que conseguem se destacar profissionalmente.Há ainda aqueles que ficam por muito tempo desempregados e depois se sobressaem nos seus próprios negócios.Trata-se de algumas, entre várias situações de resiliência que podem ser assinaladas.
CONCEITOS E DEFINIÇÕES
… “doces são os frutos da adversidade“
Shakespeare
Quase quatro décadas se passaram desde o surgimento do conceito nas ciências humanas e muitas descobertas e interpretações relativas a resiliência aconteceram nesses anos.
No Brasil a utilização do termo resiliência em Psicologia é bastante recente, ficando restrita aos meios acadêmicos. Porém, em alguns países da Europa, Estados Unidos e Canadá são considerado, inclusive, para subsidiar práticas políticas de ação social e educacional (YUNES & SZYMANSKI, 2001; MORAES & RABINOVICH, 1996).
Oliveira (2001) revela que o fenômeno da Resiliência tem sido compreendido na Medicina, Ciências do Trabalho e Psicologia como:
“A capacidade de alguém se recuperar, após ter vivenciado circunstâncias adversas e ameaçadoras tais como guerras, morte de pessoas queridas, doenças graves, maus tratos, abandono na infância e desemprego e, apesar de toda a dor e sofrimento, conseguir superar o problema e continuar a vida numa linha de desenvolvimento e bem-estar, consigo mesmo e em sua comunidade” (OLIVEIRA, 2001. p. 31).
Rutter (1987) define resiliência como uma “variação individual em resposta ao risco”, e afirma “que os mesmos estressores podem ser experienciados de maneira diferente por diferentes pessoas”. De acordo com esse autor, a resiliência “não pode ser vista como um atributo fixo do indivíduo”, e “se as circunstâncias mudam, a resiliência se altera” (p. 317). Mais recentemente, Rutter (1999) define a resiliência de uma forma mais ampla: “o termo refere-se ao fenômeno de superação de estresse e adversidades” (p. 119), e categoricamente afirma que “resiliência não constitui uma característica ou traço individual” (p. 135). Entre outros pontos, nessa mesma publicação, Rutter (1999) chama a atenção para a extensão e variedade das respostas psicológicas implicadas na questão, que envolvem processos a serem cuidadosamente examinados. Mas o foco de suas considerações mantém-se no indivíduo, em especial na criança.
De acordo com Araújo 2006, “resiliência é a capacidade universal que permite à pessoa, grupo ou comunidade prevenir, minimizar ou superar os efeitos danosos da adversidade”.
Enfrentar os desafios da existência humana de maneira positiva e obter uma resposta de que tais esforços estão funcionando, talvez seja o mais importante elemento da resiliência, ou seja, ser capaz de desenvolver a habilidade para encontrar um significado e um propósito nas adversidades, vislumbrando uma existência mais saudável e feliz.
O comportamento resiliente pode aparecer em resposta à adversidade na forma de manutenção do desenvolvimento normal da pessoa, apesar da adversidade vivida ou pode promover crescimento para além do presente nível de funcionamento.
Consciência do outro, altruísmo e reverência pela vida são características do ser resiliente.”Comportamentos resiliente conduzem a resultados positivos para todos. Respeito pelo outro e respeito por si mesmo são condições determinantes para a resiliência” (ARAÚJO, 2006) .
O “Projeto Internacional sobre Resiliência”, coordenado por Grotberg em 1997, definiu resiliência como “a capacidade humana para enfrentar, vencer e ser fortalecido ou transformado por experiências de adversidade”.
O conceito de resiliência foi emprestado da Física, especificamente da Mecânica, onde é entendida como a propriedade que têm os metais de resistir a golpes e de recuperar sua estrutura interna.
Resiliência é definida como a propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora duma deformação elástica.
No Novo Dicionário Aurélio, o termo resiliência é definido como “a propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora de uma deformação elástica”.
Existe falta de consenso a respeito do domínio e da dinâmica do constructo de resiliência. Resiliência pode ser entendida de várias maneiras.
Como conceito descritivo é usado como oposto à vulnerabilidade, como conceito explicativo seria uma qualidade, um atributo diferenciado, positivo, detectável no indivíduo, que lhe possibilitaria o desenvolvimento normal sob condições difíceis.(ARAÚJO, 2007).
ARAÚJO, A. C. A Resiliência in Spinelli,R. Manual de Psicossomática.cap.8 (no prelo,2006)
CYRULNIK, B. – Os patinhos feios. Editora Martins Fontes, São Paulo, 2004.
LOWEN, A. –Uma vida para o corpo – autobiografia de Alexander Lowen.São Paulo, Summus, 2007.
YUNES, M. A. M. e SZYMANSKI, H. Resiliência: noção, conceitos afins e considerações críticas. In TAVARES, J. (org.). Resiliência e educação. São Paulo: Cortez, 2001.
OLIVEIRA, M. C. M. V. Câncer de mama e resiliência: uma abordagem psicossomática. 2001. 192 p. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica). PUC/SP.
RUTTER, M. (1987) Psychosocial resilience and protective mechanisms. American Journal of Orthopsychiatry, 57, (3), 316-331.
YUNES, M.M.A. PSICOLOGIA POSITIVA E RESILIÊNCIA: O FOCO NO INDIVÍDUO E NA FAMÍLIA,Psicologia em Estudo, Maringá, v. 8, num. esp., p. 75-84, 2003.
ARAÚJO, A. C. NOVAS IDÉIAS EM A RESILIÊNCIA.Hermes, 11.p.85-95,2007.
ARAÚJO, A.C. A Resiliência. IN: Spinelli, R. Manual de Psicossomática, cap.8(in pressa)2006.
GROTBERG, E.H. Introdução: Novas Tendências em Resiliência. In MELILLO, A. OJEDA, E.N.S. (Eds) Resiliência: Descobrindo as próprias fortalezas.Porto Alegre: Artes Médicas, 2005,15-38.
Ferreira, 1986, p. 1493.
Conceito definido em termos de eventos observáveis, uma variável inferida.DORIN, E. Dicionário de Psicologia, 1978.308 p.
A resiliência não é necessariamente promovida em razão da adversidade, mas pode ser desenvolvida, por antecipação às adversidades que por certo a vida trará.
Resiliência não é apenas uma simples resposta à adversidade.
Resiliência é diferente de sobrevivência. É mais que sobrevivência, pois significa enfrentamento ativo e efetivo dos eventos estressantes e acumulativos.
Resiliência está ligada à capacidade de confronto. É também, diferente de invulnerabilidade, porque a ênfase não é colocada apenas em uma dotação biológica, mas implica em uma capacidade de adaptação flexível e competente sob circunstancias ameaçadoras, destruidoras ou desfavoráveis.
Do ponto de vista da ação, a resiliência compreende dois elementos: um é a atitude de resistir à destruição, isto é preservar a integridade em circunstancias difíceis; o outro diz respeito à atitude de reagir positivamente apesar das dificuldades.
O conceito de resiliência de acordo com Job, R. (2000), tem sido estudado desde o final dos anos 60, quando Redl introduziu a noção de “resiliência do ego”, assinalando dois aspectos principais:
1) A capacidade de resistência a pressões patogênicas.
2) Sua habilidade de se recobrar rapidamente de um colapso temporário, ainda que sem ajuda externa e retornando para um funcionamento normal ou mesmo superior ao inicial.(REDL, 1969).
A capacidade do ser humano frente a uma situação considerada como de tensão enfrenta – la, resistir a ela, amoldar – se e recobrar – se, com ou sem ajuda externa e retornar para um funcionamento normal ou muitas vezes superior ao inicial. (JOB, R. 2000, p. 41) .
Na área de humanas, especificamente na Psicologia, um dos precursores no estudo da Resiliência foi Michael Rutter, que a definiu como uma habilidade de superar as adversidades estando relacionada às características do indivíduo e do ambiente, sendo, portanto, relativas, ou seja, varia de acordo com as circunstâncias (YUNES e SZYMANSKI, 2001; RALHA-SIMÕES, 2001).
Durante os últimos 20 anos, de acordo com Moraes & Rabinovich (1996) , as investigações sobre a resiliência se concentraram na infância, visando promover, principalmente, a “capacidade de enfrentamento e fortalecimento diante da adversidade”.
A resiliência tem suas raízes no processo do desenvolvimento humano.Uma boa auto-estima pode ser considerada o alicerce para que o processo de resiliência não apenas se instale, mas se mantenha ao longo da vida.O amor a si mesmo dá fé na vida, dá força e suporte para agarrar-se na vida, dando significado, para agarrar-se aos próprios sonhos, lutar e ganhar das adversidades. Permite que o indivíduo tenha esperança na bondade dos outros, na bondade do destino e permaneça otimista em relação à sua responsabilidade de enfrentamento das situações difíceis que certamente virão.O amor a si mesmo deve, também, trazer o compromisso com a reflexão, noção de princípios e valores.
Sabe-se que a auto-estima não é inata; ela é adquirida e se desenvolve na inter-relação com os outros significativos na vida do indivíduo.
Entre os elementos básicos do ambiente que favorecem a resiliência está um grupo de valores positivos em relação à vida, que são chamados de direitos humanos e responsabilidades básicas, que desde o inicio dos tempos representaram os ingredientes essenciais na sobrevivência da espécie e na evolução pessoal e genética: nutrição, lealdade, justiça, generosidade, perdão e amor. Em contrapartida os ambientes destrutivos impedem a resiliência. Assim, será necessário estar atentos à profunda influência ambiental no cultivo e exercício da resiliência (FLACH, 1997).
De acordo com Peter Hobson ,o engajamento com os outros ensina a alma da criança a voar.As crianças se experimentam nos corações e nas mentes dos outros. A primeira organização não governamental a considerar a resiliência foi a Fundação Van Leer, dos Países Baixos, durante um Seminário em Lesotho, em 1991.O BICE Bureau International Catholique de L’Enfance, na sua Assembléia Geral em Genebra (1992), adotou a resiliência como tema de trabalho.
“O indivíduo e seu ambiente constituem sistemas de formação mútua, pois a vida mental é uma co-criação .A mente se estrutura na interação entre os processos neurofisiológicos e as experiências dos relacionamentos interpessoais. Fatores ambientais têm sido considerados essenciais ao entendimento dos fatores de resiliência” (Araújo, 2007, p.87).
As pesquisas sobre resiliência
O foco no indivíduo
Se as primeiras pesquisas em resiliência colocaram o foco no indivíduo, posteriormente surgiram perspectivas sistêmicas e ecológicas que expandiram muito a compreensão do fenômeno da resiliência, passando essa a ser considerada como “um constructo multidimensional e multideterminado”, devendo ser compreendida como produto de múltiplos níveis sistêmicos ao longo do tempo.
Vários autores estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos e do Reino Unido, têm desenvolvido pesquisas sobre resiliência.
A maioria dos estudos tem por objetivo estudar a criança ou o adolescente numa perspectiva individualista, que foca traços e disposições pessoais.
Muitos pesquisadores do desenvolvimento humano estudam os padrões de adaptação individual da criança associados ao ajustamento apresentado na idade adulta, ou seja,“procuram compreender como adaptações prévias deixam a criança protegida ou sem defesa quando exposta a eventos estressores” (Hawley e DeHann, 1996), e estudam também como os “padrões particulares de adaptação, em diferentes fases de desenvolvimento, interagem com mudanças ambientais externas” (Sroufer & Rutter, 1984, p. 27).
Conforme YUNES, (2003, p. 78), entre as publicações mais citadas estão as primeiras no assunto, intituladas Vulnerable but Invincible (Vulneráveis, porém Invencíveis), Overcoming the Odds (Superando as adversidades), ambos de Werner e Smith (1982, 1992) e The Invulnerable Child (A criança Invulnerável) de Anthony e Cohler (1987).
A importância destes estudos está na característica long-term, ou seja, são estudos longitudinais que acompanham o desenvolvimento do indivíduo desde a infância até adolescência ou idade adulta.
Segundo Werner e Smith (1992), poucos investigadores têm acompanhado populações de “alto risco” desde a infância e adolescência até a idade adulta com o objetivo de monitorar efeitos dos fatores de risco e os fatores de proteção que operam durante os anos de desenvolvimento do indivíduo.
Uma amostra estudada por Werner (1986) foi um subgrupo de 49 jovens da ilha Kauai, uma ilha do Havaí, cujos pais tiveram sérios problemas devido ao abuso do álcool e sofreram conflitos familiares desde cedo, além de viver em condições de pobreza. Por volta dos 18 anos, 41% desse grupo apresentaram problemas de aprendizagem, ao contrário dos restantes 59%. Esse último grupo foi denominado grupo “resiliente”, e diferia do primeiro por um número de medidas obtidas através de entrevistas com pais e entrevistas retrospectivas com os próprios jovens.
JOB, J. R. P. A escritura da resiliência – tese de doutorado apresentada ao Programa de estudos Pós-graduados em Psicologia Clínica da PUC/SP, 2000.
YUNES, M. A. M. e SZYMANSKI, H. Resiliência: noção, conceitos afins e considerações críticas. In: TAVARES, J. (org.). Resiliência e educação. São Paulo: Cortez, 2001.
MORAES, M. C. L. e RABINOVICH, E. P. Resiliência: uma discussão introdutória. Revista Brasileira Crescimento e Desenvolvimento Humano. São Paulo, v. 6 n. 1/2, p. 10-13, 1996.
FLACH, F. A resiliência. A arte de ser flexível.Editora Saraiva.São Paulo, 1991.
Aula sobre a teoria de Peter Hobson, março/2008; PUC/SP – Prof.Ceres de Araújo.
Co-criação é permitir de alguma forma que o cliente ou usuário faça parte do processo criativo e produtivo da empresa. Um novo paradigma vem surgindo de forma sorrateira no mundo dos negócios.
Conceito definido em termos de eventos observáveis, uma variável inferida.DORIN, E. Dicionário de Psicologia, 1978.308 p.
WERNER E. E. & SMITH, R. S. (1982) Vulnerable but invincible: a longitudinal study of resilient children and youth. New York: McGraw-Hill.
Os fatores que discriminaram o grupo “resiliente”, tanto nas pesquisas de 1982 como na de 1986, incluíam: temperamento das crianças/jovens. (Martineau, 1999, p. 102) melhor desenvolvimento intelectual; maior nível de auto-estima; maior grau de autocontrole; famílias menos numerosas; menor incidência de conflitos nas famílias. Como se pode notar, as autoras atribuíram as diferenças às características constitucionais das crianças e ao ambiente criado pelos cuidadores da infância. Na última etapa dessa ambiciosa pesquisa, Werner e Smith (1992, p. 192) concluíram que “um terço dos indivíduos considerados de alto risco tornaram-se adultos competentes capazes de amar, trabalhar, brincar/divertir-se e ter expectativas”.
Conforme afirma Martineau (1999), a “resiliência” a que as autoras se referem foi identificada nas pesquisas iniciais como “invulnerabilidade às adversidades”, conceituação reformulada e mais tarde definida como “habilidade de superar as adversidades”.
O estudo desenvolvido por Martineau (1999) deixa claro que “resiliência tem diferentes formas entre diferentes indivíduos em diferentes contextos, assim como acontece com o conceito de risco” (p. 103).
Werner (1993) notou que o componente-chave do efetivo coping dessas pessoas é o sentimento de confiança que o indivíduo apresenta de que os obstáculos podem ser superados, o que confirma a ênfase colocada nos componentes psicológicos individuais, de um “algo interno”, apesar das inúmeras referências feitas pelas autoras aos aspectos protetores decorrentes de relações parentais satisfatórias e da disponibilidade de fontes de apoio social na vizinhança, escola e comunidade.
Outro importante e já citado pensador do assunto é o psiquiatra britânico Michael Rutter, que, pelo número de publicações e pesquisas empíricas, tem orientado até hoje o curso dos projetos na área. Seus trabalhos mais conhecidos datam do início dos anos 1970, com a investigação de diferenças entre meninos e meninas provenientes de lares desfeitos por conflitos (Rutter, 1970) e das relações entre os efeitos destes conflitos parentais no desenvolvimento das crianças (Rutter, 1971).
Seus resultados indicaram que os meninos são mais vulneráveis que as meninas, não somente a estressores físicos, mas também aos psicossociais.
Um de seus marcantes trabalhos nesta área foi desenvolvido com uma amostra de sujeitos da Ilha de Wight e da cidade de Londres (Rutter, 1979, 1981 b) , os quais havia experienciado discórdias na família dos pais, era de camadas sociais de baixa renda, de famílias numerosas, com história de criminalidade de um dos pais, doença mental da mãe ou institucionalizados sob custódia do governo.
Seus resultados deram origem à sua afirmação bastante divulgada de que um único estressor não tem impacto significativo, mas que a combinação de dois ou mais estressores pode diminuir a possibilidade de conseqüências positivas no desenvolvimento, e que estressores adicionais aumentam o impacto de outros estressores presentes.
Em 1981, Rutter publica um livro que trata da relação entre a ausência da figura materna e o desenvolvimento de psicopatologias na criança.
Rutter, 1981 a , com um capítulo que aborda a resiliência e o comportamento parental de adultos que na infância tenham sofrido abandono. Entre as principais questões levantadas pelo autor aparece a mais freqüente formulação inicial dos estudos sobre resiliência: por que, apesar de passar por terríveis experiências, alguns indivíduos não são atingidos e apresentam um desenvolvimento estável e saudável?
Fatores de Risco
Para a compreensão dos mecanismos facilitadores dos processos de resiliência, através da observação da interação entre as características individuais e ambientais, torna-se essencial à identificação de fatores de risco e particularmente os de proteção, tanto pessoais como interpessoais.
Esta relação entre estes fatores de risco e proteção é um aspecto necessário para se chegar ao conceito de resiliência, sendo importante destacar o binômio risco-proteção.
Risco ou condição adversa aparece na relação entre o indivíduo e a circunstancialidade que o envolve, seja ela de que ordem for, ameaçando a satisfação das necessidades básicas deste individuo e ameaçando a aquisição das competências para desenvolver papeis sociais de valor.
Yunes e Szymanski 2002 verificaram que o conceito de risco tem suas genealogia no campo do comércio em vias marítimas de séculos atrás; em virtude dos desastres constantes, os mercadores precisaram estimar o risco de perda de suas mercadorias, o que desencadeou uma indústria de seguros.(ARAÚJO, 2006).
Os fatores de risco estão relacionados a todos os adventos adversos da vida, mas sabe-se que a proporção do risco é extremamente variável de indivíduo para indivíduo, de grupo para grupo.
Rutter, 1999 fez uma diferenciação entre indicadores de risco e mecanismos de risco ressaltando que risco deve ser pensado sempre como um processo e não como uma variável isolada.
“Os riscos não são estáticos, pois variam em circunstâncias de vida. Os riscos de hoje são diferentes de anos atrás. Vive-se em uma época de alta tecnologia em uma cultura neo-narcisita, em uma sociedade hedonista, em um novo tipo de moral. Vive-se o hipermodernismo na denominação de Lipovetsky 2004”. (IN: ARAÚJO, 2006).
Fatores de Proteção
Fatores de proteção foram confundidos com fatores de resiliência em muitos estudos pioneiros sobre resiliência.Atualmente busca-se uma precisão terminológica maior. A consideração dos fatores de resiliência que enfrentam o risco foi substituída pela consideração dos fatores de proteção ao risco.
Fatores de proteção foi definido por Grotberg, (2005) são os fatores que funcionam para neutralizar o risco.
Um indivíduo suficientemente protegido em uma determinada situação seria imune ao risco e não necessitaria desenvolver resiliência.
Os fatores de Proteção: Buscam neutralizar o perigo; buscam imunidade ao risco; operam sem a ocorrência da adversidade, operam antes da ocorrência da adversidade. Como exemplo podemos citar a vacina.
Rutter, 1983 definiu fatores de proteção como influências que modificam, melhoram ou alteram respostas pessoais a determinados riscos de desadaptação.
O autor descreveu quatro principais mecanismos de proteção:
* redução do impacto dos riscos;
* redução das reações negativas em cadeia que seguem a exposição da pessoa ao risco.
* estabelecimento e manutenção da auto-estima e da auto-eficácia mediante a existência de relações de apego seguras e incondicionais e sucesso no cumprimento das tarefas da vida.
4. criação de oportunidades para que se possa transformar uma trajetória de risco em um caminho com possibilidade de um final feliz.(ARAÚJO, 2006).
Atributos do Indivíduo Resiliente
Na literatura especializada, encontra-se com freqüência referencias a uma personalidade resiliente, mas resiliência não deveria ser confundida com um traço de personalidade.
Conjuntos de atributos do indivíduo resiliente, do grupo resiliente, da comunidade resiliente, organizados de modos diferentes, foram descritos por muitos autores nos últimos anos.
Nem todos os atributos necessariamente deverão estar presentes e nenhum componente da resiliência é parte estável da personalidade. A própria resiliência não será sempre a mesma, presente e interminável. O nível de resiliência modifica-se ao longo do tempo.
A perspectiva no indivíduo é notória também na introdução de diversos estudos que investigam resiliência. As questões relativas a “habilidades individuais” são em geral ilustradas com pequenas histórias de pessoas dentre as quais algumas conseguem superar os momentos de crise e outras sucumbem, apesar de todas terem trajetórias semelhantes.
Desta forma, o foco no indivíduo busca identificar resiliência a partir de características pessoais, como sexo, temperamento e background genético, apesar de todos os autores acentuarem em algum momento o aspecto relevante da interação entre bases constitucionais e ambientais da questão da resiliência.(2003, p.80)
Em relação às práticas da psicologia clínica pode-se citar as descrições dos atributos da resiliência dos seguintes autores:
Flach listou como atributos de resiliência:
* Um forte e flexível sentido de auto-estima;
* Independência de pensamento e ação, sem medo de depender dos outros ou relutância em ficar nessa condição de dependência;
* Habilidade de dar e receber nas relações com os outros e um bem estabelecido círculo de amigos pessoais, que inclua um ou mais amigos que sirvam como confidentes;
* Um alto grau de disciplina pessoal e um sentido de responsabilidade;
* Reconhecimento e desenvolvimento de seus próprios talentos
* Mente aberta e receptiva a novas idéias;
* Disposição para sonhar
* Grande variedade de interesses
* Apurado senso de humor
* Percepção de seus próprios sentimentos e dos sentimentos dos outros e a capacidade de comunicar esses sentimentos de forma adequada;
* Grande tolerância ao sofrimento
* Concentração, um compromisso com a vida e um contexto filosófico, no qual as experiências pessoais possam ser interpretadas com significado e esperança, até mesmo nos momentos mais desastrosos da vida.
De acordo com ARAÚJO, (2006), Hunter descreveu as habilidades e atributos que deveriam ser trabalhados mediante intervenções com populações de crianças de alto-risco e agrupou-as em quatro categorias:
Competência social é o conjunto de comportamentos sociais que permitem que a criança estabeleça e mantenha contato com pessoas que possam facilitar seu desenvolvimento. Constitui-se na habilidade de se fazer querido pelos outros, de se sentir inserido no seu grupo etário de referência e de ser respeitado por adultos. Inclui qualidades de empatia, flexibilidade, responsividade, senso de humor e habilidades de comunicação e adaptação. É importante nesse contexto, uma abertura para a diversidade, combinada com senso de limites.
Habilidade para resolver problemas envolve tanto a capacidade cognitiva para pensamento abstrato, reflexivo e flexível, como a coragem para encontrar e implementar soluções alternativas. Diz respeito a decisões internas e resolução de conflitos com os outros.
Autonomia inclui todas as qualidades do eu como auto-estima, auto-eficácia e autodisciplina. É importante o sentido de independência, particularmente frente a um ambiente com influencias negativas. Autocontrole é definido como a habilidade para agir independentemente e exercer certo domínio sobre o ambiente. Esta qualidade é considerada complexa, pois envolve a possibilidade de equilíbrio entre o separar-se e o relacionar-se.
MARTINEAU, S. (1999). Rewriting resilience: a critical discourse analysis of childhood resilience and the politics of teaching resilience to “kids at risk”.Tese de Doutorado The University of British Columbia.
A palavra coping é geralmente utilizada no original em inglês para referir-se a esforços cognitivos e comportamentais para lidar com demandas específicas de situações adversas e avaliadas como sobrecarregando ou excedendo os recursos pessoais.
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Sentido de objetivo e de futuro descreve talvez um dos mais importantes fatores, pois diz respeito à capacidade para conferir significado aos outros e à vida em geral. Inclui aspirações positivas, antecipação, expectativas e segurança, compreendida como a crença de que as coisas podem provavelmente funcionar de acordo com o esperado dentro das circunstancias existentes. Envolve motivação para alcançar metas e para acreditar que elas podem ser atingidas com êxito. Talvez, mais importante seja a esperança, a habilidade para imaginar um futuro feliz, um sentido de que a vida tem significado e uma conexão interna com uma dimensão espiritual.
Job estudando testemunhas do Holocausto e com base em uma revisão da literatura científica sobre resiliência, utilizando principalmente as pesquisas de Polk, descreveu as seguintes características comuns às pessoas resilientes, classificadas de acordo com os seguintes padrões:
Padrão disposicional – características que o indivíduo tem à sua disposição, os recursos pessoais que pode fazer uso em qualquer tempo. Dividem-se em
* Atributos físicos, herdados e influenciados pelo meio ambiente. Características de resiliência: inteligência; maior aptidão escolar; história prévia de boa saúde; boa aparência física e competência atlética.
* Atributos psicossociais, relacionados com o “eu”, a instância psíquica onde se funda a competência pessoal e o senso de si mesmo. Características de resiliência: senso de domínio e consciência do próprio valor; auto-estima; autoconfiança, crença na própria eficiência; autonomia; auto-realização e humor.
Padrão relacional – características dos papéis individuais frente aos relacionamentos. São aquelas espelhadas em papéis e relacionamentos que influenciam a resiliência.
* Aspectos intrínsecos – ter a capacidade de espelhar-se de modo positivo em outra pessoa e daí derivar bem estar, ter a liberdade de identificar e de se relacionar com modelos de pais de forma positiva, ter a habilidade de contar com relações pessoais mais intimas ou com confidentes.
* Aspectos extrínsecos – ter interesses e hobbies múltiplos, ter compromisso constante com educação, trabalho e atividades sociais, suporte social, interações positivas com a família, amigos e outros companheiros.
Padrão situacional – características que se manifestam nas diversas situações comuns ou frente a estressores e que aparecem como: habilidade para avaliações cognitivas; habilidade para a resolução dos problemas; habilidade para julgar e agir, ciente das expectativas e das conseqüências da ação; consciência do que pode ou não ser levado a cabo; capacidade de adequadamente limitar os objetivos; perceber as mudanças no mundo; aprender com a prática; refletir sobre as situações, apresentar flexibilidade, perseverança, engenhosidade; apresentar autocontrole, senso de curiosidade, exploração da natureza, criatividade.
Padrão de crenças pessoais, filosóficas e religiosas – consiste na crença de que o auto-conhecimento, a reflexão sobre si e sobre a natureza dos fatos que ocorrem consigo são plenos de significados pessoais, que motivam o existir, sendo exemplo: convicção de que o futuro será melhor, percepção dos fatos ocorridos como experiências ricas em sentido pessoal; crença que a vida tem sentido, tem valor e propósito; crença que cada pessoa tem um caminho que é pessoal e único.
Sauaia ao discutir o valor de uma psicoterapia junguiana para crianças vitimas de violência, sob o paradigma da resiliência e sob a perspectiva da psicossomática, criou duas categorias para englobar as diferentes habilidades para aferir resiliência, baseando-se nos dados da literatura mais recente:
Percepção de si
* Autonomia – que é referida a um senso de independência, particularmente frente a si mesmo. Inclui: autoestima positiva, entendida como atribuição de valores positivos si mesmo, sabendo-se que a autoestima pode ser positiva ou negativa, na dependência das experiências e dos vínculos estabelecidos durante a vida; auto-eficácia, que é a habilidade para atender às demandas que gerem resultados positivos na construção da própria identidade e auto-controle, entendido como a habilidade para agir independentemente e exercer certo controle sobre o ambiente.
* Senso de objetivo e futuro – proposta como habilidade para ter expectativa positiva quanto ao futuro. Inclui: aspirações e expectativas positivas, compreendidas como a idéia de que as coisas possam funcionar de acordo com o esperado e motivação para alcançar metas, que é o sentir-se estimulado para agir em função de um objetivo.
* Habilidade cognitiva – que envolve o pensar reflexivo e flexível, necessário para implementar soluções alternativas diante de problemas.
* Percepção corporal – envolvendo a percepção da imagem corporal e do esquema corporal como aspectos interligados no processo de construção da identidade.
Percepção do outro
* Competência social – definida como o conjunto de condutas sociais que levam a criança a se encontrar a se manter próxima de pessoas que possam lhe facilitar o crescimento. Inclui empatia, definida como a capacidade para levar em consideração o outro, seus motivos e necessidades. É no campo dos relacionamentos que a criança se diferencia do outro, reage a seu semelhante de maneira cognitiva e emocional, desenvolvendo atitudes e motivações sociais. Inclui também, comunicação, que é a habilidade de trocar mensagens, informações, idéias, opiniões, com o intuito de um relacionamento proveitoso para si e para o outro. Adaptação é outra habilidade englobada, entendida como a habilidade para ajustar-se com flexibilidade ao meio, buscando ser querido e respeitado pelos outros, inserindo-se nos seus grupos de referência.
Habilidade para resolver problemas
Definida como a capacidade para implementar soluções eficientes na resolução de conflitos.
Foram listados atributos, características, fatores individuais usualmente encontrados nas pessoas mais resilientes. Entretanto, nos diferentes níveis do ecossistema, podem ser descritos também como fatores de proteção, os fatores familiares, comunitários e culturais.
Dentre os fatores familiares importantes para o desenvolvimento da resiliência, são listados: pais competentes, atenção aos estudos, vantagens sócio-econômicas, afiliação religiosa e harmonia conjugal.
Quanto aos fatores sociais, destacam-se: boas escolas, senso de comunidade, modelos adequados de princípios, regras e normas, existência de amigos próximos, oportunidades de emprego, oportunidade de pertencer a atividades comunitárias.
Dentre os fatores culturais, salientam-se: forte identidade étnica positiva, ativismo étnico, com capacidade de resistência à opressão, identificação com valores e crenças tradicionais, participação em práticas tradicionais e cultivo de raízes.
Vivemos em uma época onde faz parte do capital da empresa ter indivíduos resilientes. Muito já se discutiu sobre o estresse laboral e são descritos como fatores de risco relevantes nas condições de trabalho: perda de emprego, ou fantasias ameaçadoras a respeito; mudança de área de trabalho, mudança de chefe, mudança de empresa, não atingir de metas, inserção em nova equipe de trabalho e dificuldade com colegas de trabalho.
Da área da administração dos recursos humanos, as seguintes características são assinaladas nas pessoas resilientes no âmbito profissional:
* Ser positivo – exibir um senso de segurança e auto-confiança, que é baseado em uma visão da vida como desafiante, mas cheia de oportunidades
* Ter metas – construir uma visão clara do que se deseja obter.
* Ser organizado – saber controlar muitas tarefas ao mesmo tempo e com sucesso. Reconhecer quando precisar de ajuda
* Ser flexível – empenhar-se em mudar e a não se esquivar. Saber quando a mudança é inevitável, necessária ou favorável. Usar a criatividade para mudar a situação. Improvisar novas abordagens e estratégias para evoluir.
Foram enumeradas dez maneiras de incrementar a resiliência na carreira profissional:
* Compreender que cargo estável não existe
* Atualizar-se sempre sobre a profissão
* Desenvolver um motivo pessoal para dar significado ao trabalho
* Separar quem se é, do que se faz.
* Cultivar um círculo amplo de relacionamentos pessoais e profissionais
* Ser flexível
* Usar a criatividade para quebrar a rotina
* Reconhecer o poder de escolha
* Tomar decisões e as transformar em ações apesar de ambigüidades e incertezas.
Uma auto-estima valorizada pode ser considerada a base para que o processo da resiliência não apenas se instale, mas se mantenha ao longo da vida.O amor a si mesmo, da fé na vida, dá força e suporte para viver com significado, para agarrar-se aos próprios sonhos, lutar e ganhar das adversidades.Permite que o indivíduo tenha esperança na bondade dos outros, na bondade do destino e permaneça otimista em relação á sua possibilidade de enfrentamento das situações difíceis que certamente virão.O amor a si próprio deve também trazer o compromisso com a reflexão, noção de princípios e valores. (ARAÚJO, 2007).
Reivich e Shatté descreveram sete fatores para ultrapassar com êxito e ganhos, os inevitáveis obstáculos que fazem parte da vida, enfatizando o lado profissional:
Regulação das emoções – Capacidade de permanecer calmo sob pressão, o que influencia a sociabilidade, o sucesso no trabalho e a manutenção da saúde. A expressão das emoções é saudável, quer sejam elas positivas ou negativas, pois é construtiva e contagiante. A ansiedade e a tristeza e a raiva precisam ser elaboradas, para que se garanta sua elaboração e controle, com o objetivo de se conseguir um enfrentamento eficiente aos problemas e às adversidades.
Controle dos impulsos – O controle dos impulsos e a regulação das emoções são inter-relacionados. Entreter impulso significa tolerar a tensão interna, para que se consiga adiar a satisfação da necessidade, buscando melhor elaboração interna e melhor planejamento da ação.
Otimismo – O otimismo é esperança no futuro, crença nas boas intenções alheias. Implica na crença de possuir habilidades para enfrentar as adversidades que inevitavelmente ocorrerão no futuro. Não se trata de otimismo irrealista. Otimismo e auto-eficácia estão relacionados.
Análise causal – Habilidade para identificar as causas dos problemas. Isto evitará a repetição dos mesmos erros. Ser capaz de assumir a responsabilidade por suas ações, inclusive por seus erros.
Empatia – Capacidade para inferir os estados emocionais alheios, para decodificar os sinais da comunicação humana. Aprimorar os recursos da intersubjetividade, entendida como a capacidade psicológica inata para reconhecer e comunicar-se com os estados psicológicos dos outros indivíduos.
Auto-eficácia – Ligada à sensação de ser eficiente no mundo. Representa a crença de que se é capaz de resolver os problemas que surgem com sucesso. A auto-imagem, a auto-estima, a auto-apreciação e a noção da própria competência estão na base da identidade da pessoa.
Exposição – Ligada à capacidade de auto-afirmação. As dificuldades de se expor, em geral, decorrem do superestimar a possibilidade de fracasso, do medo de conseqüências antecipadas como catastróficas e do medo do ridículo. Muitas vezes é necessário que se confronte com o fato de que não se é bom o suficiente, mas isto não pode justificar a priori a fuga à exposição.
Pertence a essas autoras um teste que permite estabelecer um quociente de resiliência frente a cada um dos sete fatores. Isto permitiria à pessoa, ao saber de suas áreas de maior fragilidade, investir em treinamento ou em um aprimoramento pessoal bem específico.
Pertence a essas autoras um questionário que avalia o quociente de resiliência frente a cada um dos sete fatores citados acima.Permitindo à pessoa; ao saber quais são suas áreas de maior fragilidade, investir em um aprimoramento pessoal. Este questionário foi traduzido para o português e validado por Barbosa (2006).
Ética e Resiliência
A resiliência tem uma dimensão ética que não pode ser negada. Ela só é possível quando existe esperança no futuro e quando existe um sentido anunciado, uma meta, um horizonte ético que nos coloca para frente. Um dos fatores de destruição do trabalho de um educador social ao lidar com vidas difíceis é a descrença que nasce do modelo do dano, no qual predomina a
JOB, J. R. P. A escritura da resiliência – tese de doutorado apresentada ao Programa de estudos Pós-graduados em Psicologia Clínica da PUC/SP, 2000.
SAUAIA, N. Psicoterapia de orientação junguiana com foco corporal para grupo de crianças vítimas de violência: provendo habilidades da resiliência.Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica da PUC/SP, 2003.
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BARBOSA, G.S. Resiliência em Professores de Ensino Fundamental da 5ª à 8ª série: Validação e Aplicação do Questionário do Índice de Resiliência: Adulto Reivich-Shatté/Barbosa.Tese de doutorado apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica da PUC/SP, 2006.
observação apenas dos problemas e das dificuldades, algumas vezes com muita precisão, mas que não insere na análise qualquer perspectiva ou alternativa de resolução.
A vontade muito de viver pode fazer com que a pessoa procure se proteger acima de tudo. De acordo com Job 2000, na lista que organizou das características dos sobreviventes do holocausto, entrevistados no Lar Golda Meir em São Paulo, constatou que, ao lado de esperança, saúde, crença, fé, sentido de vida, suporte social, humor, autodeterminação e sorte, a esperteza era sempre referida.Verificou na literatura especializada que ao lado da inteligência, a esperteza e astúcia eram também descritas.
Ena Weiss, sobrevivente em Auschwitz apresentava este discurso: “Venho em primeiro lugar, em segundo e em terceiro. Depois disto, ninguém. Em seguida, ainda eu e depois todos os outros”. É um discurso centrado no eu, onde provavelmente acrescentada à auto-afirmação, ao autocontrole, á inteligência e á astúcia determinava a preservação da vida.
Hoje é discutida na ética em resiliência, onde as primeiras pesquisas e estudos em ciências humanas salientava a astúcia como fator importante para um comportamento resiliente.Hoje, no entanto quando se considera a resiliência como processo, pode acreditar que para um processo de vida resiliente, a astúcia, o logro, a esperteza e a mentira não possam ser admitidos, pois tal processo não se manteria a longo prazo.
“Comportamentos resilientes conduzem a resultados positivos para todos. Enfrentar uma adversidade não pode prejudicar outras pessoas. Ética e respeito pelo outro e respeito por si mesmo, condições recíprocas, são determinantes para um crescimento resiliente”. (ARAÚJO, 2007, p.93).
Conclusão
“Existem pessoas que ultrapassam e continuam a saltar sobre os riscos e adversidades que enfrentam, pessoas que nunca deixam de ter esperança, que se agarram a seus ideais, muitas vezes adquirindo uma filosofia de vida ou perspectiva religiosa e que, na interação com seus semelhantes, conseguem se desenvolver como seres resilientes”. CERES ALVES DE ARAÚJO, 2007, p.93.
1. Cada um de nós decide qual é sua Estrela.
2. Resiliência é um conceito jovem, no meio Social dentro da Psicologia.
3. Ver o mundo a partir da Resiliência
4. É como Subir em uma Bicicleta
5. É Lançar-se na Busca de Novas Experiências
6. É abrir Caminhos onde Parece que não Há
7. É Descobrir Horizontes de Conhecimentos
8. É Desfrutar de Si Mesmo e Deslumbra-se deste Alcance
9. É Transformar as Habilidades em Competências Sociais
10. É Atrever-se a Pedir Ajuda
11. É Saber Receber
12. É Conhecer o Risco, Medi-lo e Transcende-lo
13. É Desfrutar e Construir com os Demais
14. É Ficar Contente com um Sorriso
15. É Crescer com um Sentido de Humor e Alegria com os Valores de Família
16. É Seguir uma Estrela
17. É Enfrentar Criativamente cada Problema
18. É Pegar um “Respiro Espiritual” e Renovar a Energia
19. É Superar os Obstáculos
20. É Saber de onde Viemos
21. É Saber onde Queremos Chegar
22. É Estimular o melhor de Si Mesmo
23. É Voltar para Casa e Sentir-se Bem
24. É Confiar no Amor
25. É Sentir-se Protegido
RESILIÊNCIA
MÉXICO 2007
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14 O conceito de coping tem sido descrito como o conjunto de estratégias utilizadas pelas pessoas para adaptarem-se a circunstâncias estressantes. O conceito de coping: uma revisão teórica. Antoniazzi, Dell’Aglio, Bandeira-Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1999.
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25 Ferreira, 1986, p. 1493.
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27 JOB, J. R. P. A escritura da resiliência – tese de doutorado apresentado ao Programa de estudos Pós-graduados em Psicologia Clínica da PUC/SP, 2000.
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31 Aula sobre a teoria de Peter Hobson, março/2008; PUC/SP – Prof.Ceres de Araújo.
32 Co-criação é permitir de alguma forma que o cliente ou usuário faça parte do processo criativo e produtivo da empresa. Um novo paradigma vem surgindo de forma sorrateira no mundo dos negócios.
33 Conceito definido em termos de eventos observáveis, uma variável inferida.DORIN, E. Dicionário de Psicologia, 1978.p.308.
34 WERNER E. E. & SMITH, R. S. (1982) Vulnerable but invincible: a longitudinal study of resilient children and youth. New York: McGraw-Hill.
35 MARTINEAU, S. (1999). Rewriting resilience: a critical discourse analysis of childhood resilience and the politics of teaching resilience to “kids at risk”.Tese de Doutorado.
36 A palavra coping é geralmente utilizada no original em inglês para referir-se a esforços cognitivos e comportamentais para lidar com demandas específicas de situações adversas e avaliadas como sobrecarregando ou excedendo os recursos pessoais.
37 RUTTER, M. (1979) Changing youth in a changing society: patterns of adolescent development and disorder.London: Nuffield Provincial Hospitals Trust.
38 RUTTER, M. (1981a) Maternal deprivation reassessed. Hammondsport: Penguin.
39 YUNES, M. A. M. et SZMANSKY, H. Resiliência: Noção, Conceitos Afins e Considerações Críticas.IN: TAVARES, J. (org) Resiliência e Educação.São Paulo: Cortez, 2002,13-42.
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41 YUNES, M.M.A. PSICOLOGIA POSITIVA E RESILIÊNCIA: O FOCO NO INDIVÍDUO E NA FAMÍLIA,Psicologia em Estudo, Maringá, v. 8, num. esp., p. 75-84, 2003.
42 FLACH, F. A resiliência.A arte de ser flexível.Editora Saraiva.São Paulo. 1991.
43 HUNTER, L. B. Images of resilience: Troubled children create healing stories in the language of sandplay. Pal Beach, Florida: Behavioral Communications Institute, 1998.
44 JOB, J. R. P. A escritura da resiliência – tese de doutorado apresentada ao Programa de estudos Pós-graduados em Psicologia Clínica da PUC/SP, 2000.
45 SAUAIA, N. Psicoterapia de orientação junguiana com foco corporal para grupo de crianças vítimas de violência: provendo habilidades da resiliência.Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica da PUC/SP, 2003.
46 REIVICH, K. e SHATTÉ, A. The resilience factor. Broadway Books. New York, 2002.
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