14 – Título do trabalho
CINESIOTERAPIA OCULAR®
Irene Cardotti
Psicóloga, Psicoterapeuta Corporal (International Institute for Bioenergetic Analysis – New York – CBT e International Institute for Byosynthesis – Zurich – CBI). Psicoterapeuta familiar sistêmica, Membro do Instituto de Bert Heling de Constelação Familiar e Psicodramatista. Terapeuta do método Self-Healing Meir Schneider (School for Self-Healing – San Francisco – Califórnia – USA) e do Instituto de Análise Bioenergética de São Paulo.
1. Introdução
2. Cinesioterapia Ocular
3. Fisiologia da Visão
a. Musculatura
b. Partes
c. Funções
4. Atuação da Psicoterapia
a. Mudança dos Padrões
b. Patologias
c. Avaliação do Paciente
d. Proposta de Trabalho
5. Resultados Obtidos
6. Bibliografia
1. Introdução
Bioenergética e Self-Healing são modalidades de terapias corporais. A utilização dessas duas modalidades de terapias em conjunto se deve ao fato de que o fundamento básico de ambas é o relaxamento das tensões musculares, desde perspectivas diferentes.
Em ambas busca-se dissolver os pontos de maior acúmulo de tensões físicas e emocionais, utilizando-se de exercícios específicos que constituem um trabalho integrado para mente-corpo, no qual se aprende a reconhecer os padrões posturais e de movimento, e a conectá-los com suas tensões e processos patológicos.
Este trabalho irá demonstrar como podemos incitar a consciência do processo de auto-tratamento – focado nas patologias da VISÃO – fazendo com que o indivíduo experimente diferentes níveis de relaxamento, melhorando suas funções corporais, ampliando seu bem-estar, obtendo o mais alto grau de proveito possível da vida que há em seu corpo, particularmente em seus olhos.
Para as atividades desenvolvidas e trabalhos propostos no decorrer desta experiência profissional denominamos esta terapia como: Cinesioterapia Ocular.
2. Cinesioterapia Ocular
Cinesioterapia: Modalidade de tratamento de doenças ou de suas conseqüências mediante a promoção por parte do doente, de movimentos ativos ou passivos usando recursos diversos como massagem, exercícios, reeducação funcional.
Terapia visual, onde o profissional atua no tratamento das deficiências visuais e patologias da visão.
Através de movimentos corporais, exercícios de respiração, exercícios ativos e passivos, relaxamento e massagem o paciente passa a ter consciência de sua capacidade em obter ganhos para a saúde de seus olhos, aprendendo a distinguir os padrões de movimento de seu corpo e seus olhos e a conectá-los com suas tensões, sejam elas físicas, mentais ou emocionais, fazendo um melhor uso de sua visão e de seu corpo.
Respiração – Ampliar a respiração e senti-la lenta e confortável possibilita melhor circulação para todo o corpo, inclusive para os olhos. Alongamentos e massagem ajudam a soltar os músculos e aumenta a circulação. A respiração lenta e profunda e uma circulação mais intensa propiciam uma melhor função do sistema parassimpático.
Sistema nervoso parassimpático – As divisões funcionais simpática e parassimpática fazem parte do sistema nervoso autônomo que regula nossas atividades automáticas como a respiração e circulação sanguínea. Esses dois sistemas desempenham funções opostas e devem trabalhar equilibradamente para não sobrecarregar nenhum órgão. O medo e o estresse sobrecarregam o sistema simpático, dessa forma é importante ativar a respiração lenta e o sistema parassimpático – que comanda o relaxamento – como ferramentas para o alívio e equilíbrio dos dois sistemas.
3. Fisiologia da Visão
Anatomia do olho
O olho é composto na parte anterior pela CÓRNEA (1) – membrana transparente que participa do processo de refração da luz.
ESCLERA (2) – membrana branca, dura, que protege a parte anterior do olho.
Íris – é uma espécie de diafragma que contém pigmentos que dão cor ao olho e que pode abrir e fechar permitindo a maior ou menor entrada de luz.
O espaço vazio da íris é o que chamamos de PUPILA (3), que é de cor pretaem todos os olhos. Atrás da íris está o cristalino
CRISTALINO (4) – é uma lente natural convexa que determina a melhor imagem na câmara posterior do olho. Por ser uma lente convexa produz uma imagem invertido do objeto. Para que uma imagem possa ser percebida em foco é necessária a ação dos MÚSCULOS CILIARES (5) que modificam a forma do cristalino para dar foco à imagem. No processamento do foco entram os músculos externos do olho que vão participar do processo de focalizar melhor o objeto. Os músculos ciliares com o envelhecimento eles perdem sua elasticidade, dificultando a focagem dos objetos próximos e provocando uma deficiência chamada de presbiopia (vida cansada).
Cristalino: Repouso é mais circular, estimulado é mais convexo.
O maior ou menor poder de refração do cristalino é causado pela ação dos músculos ciliares cuja ação é involuntária.
REFRAÇÃO – é o poder de uma lente convexa que faz com que a luz que incide nela saia com uma inclinação que será maior na medida da convexidade da lente.
HUMOR AQUOSO (6) – é uma substância líquida que preenche a câmara anterior do olho e fornece nutrientes para a córnea.
CORPO VÍTREO (7) – é uma substância gelatinosa na qual há uma rede de finas fibrilas de colágeno. Este gel incolor ocupa o espaço denominado câmara vítrea, entre o cristalino e a retina.
RETINA (8)– é a estrutura mais interna do olho que recebe a mensagem sensorial. É destinada a receber a luz, transformá-la em mensagem neural e enviar esse estímulo ao cérebro para a imagem ser processada. A retina nos dá dois tipos de visão: visão central e visão periférica.
MÚSCULOS CILIARES – são músculos que seguram o cristalino, desempenhando um papel importante na acomodação da visão. Acomodação: é o fenômeno responsável por manter a imagem nítida sobre a retina, independentemente da distância entre o olho e o objeto.
MÚSCULOS EXTRÍNSECOS – são responsáveis pela movimentação do globo ocular, sendo quatro retos e dois oblíquos.
VISÃO CENTRAL – é composta por células cones, nítida, é possível pela acomodação da imagem sobre a mácula (Mácula é o ponto central da retina – é a região que distingue detalhes no meio do campo visual).
VISÃO PERIFÉRICA – composta por células bastonetes, visão de conjunto, responsável pela visão noturna e localização no espaço, devido a ser menor a sensibilidade da retina quando se destina da mácula.
4. Atuação da Psicoterapia
Mudança dos Padrões
Os padrões mental, emocional e muscular são influenciados de acordo com a melhora ou piora da visão.
A atuação da psicoterapia muda a forma de lidar com a vida internamente e externamente.
Pode parecer um paradoxo, mas voltar a enxergar pode ser tão difícil como perder a visão, visto as dificuldades em enxergar a realidade da vida.
Nossas percepções e sensações podem se “congelar” se nos deixarmos ficar insensíveis ou entorpecidos com o que vemos, ouvimos e sentimos. O distanciamento emocional ou mental do ambiente que nos cerca pode ser eficaz em amenizar nossas percepções, como se realmente tivéssemos abandonado o ambiente, isso pode ser dito como a expressão: Vendo sem ver. Ocorre porque os olhos não estão integrados no trabalho da mente tornando-se fixo, desfocado e inexpressivo, é um fato observado pela maioria das pessoas que tem problemas visuais que emoções negativas como medo e raiva, diminuem a capacidade visual.
Se esta diminuição acontece com muita freqüência pode ocasionar o que se chama “Cegueira Funcional”. Como exemplo podemos relatar casos como os de soldados que, ao sofrerem um medo muito grande sem poder manifestá-lo, apresentaram a cegueira funcional, quando se constatou não haver lesão nos olhos e nem no cérebro que justificasse a falta de visão.
Se de um lado as emoções negativas diminuem a visão podemos esperar que durante uma situação de psicoterapia na qual são estimuladas para tomar consciência do que enxergam, num clima de afeto e respeito essas pessoas deverão ter uma melhora maior ou menor de sua capacidade visual.
O anel visual com esses exercícios é beneficiado.
GROUNDING – o indivíduo conectado com o chão aumenta a carga energética dos olhos. A pessoa que não está conectada com a terra fica sem poder discernir ilusão do real.
Associação dos olhos aos diversos tipos de caráter:
Cada caráter tem uma expressão típica
ESQUIZÓIDE: olhar vago. Recomenda-se exercício de foco de detalhes, com isso o olhar fica focado na realidade.
ORAL: olhar suplicante. O exercício de foco e de periferia vai fazer perceber o outro e a realidade.
PSICOPÁTICO A: olhar duro e penetrante. O exercício de detalhes dá suavidade no olhar. B: “vago”. O exercício de leveza e focar.
MASOQUISTA: dor e sofrimento, pode ter expressão de confusão. Recomenda-se os exercícios de shifiting, leveza, suavidade, foco que ajudam a dar maior clareza.
RÍGIDO: olhos brilhantes mas duro. Exercício de suavizar e perceber melhor o outro.
O objetivo terapêutico é a dissolução das tensões e o maior fluir da energia para os olhos. Há casos em que o conflito dos olhos desloca-se para o olho todo.
Caminhos energéticos para os olhos.
1 – Coração
2 – Costas
3 – Base do cérebro
Efeitos da Cinesioterapia Ocular e Bioenergética
? Promove a integração dos aspectos emocionais com os cognitivos e fisiológicos.
? Acentua a circulação de energia através da remoção dos bloqueios
? Mais grounding
? Mais conexão com a realidade
? Maior integração pessoal
? Melhora sua atenção
? Facilita o “focalizar”, diminuindo a ansiedade, angústia e depressão.
Avaliação do Paciente
Leitura corporal do paciente.
Levantamento do perfil do paciente, considerando suas atividades, histórico familiar, hábitos do cotidiano.
Onde pode existir acúmulo de tensões musculares.
Identificação da patologia e possíveis causas, que podem ser genéticas, acidental, emocional ou senil.
Constatação do resíduo visual.
Patologias
? Degeneração de mácula.
É a degeneração das células cone, do centro da retina, na região chamada mácula, que é onde a visão é mais detalhada.
? Catarata
É uma opacidade do cristalino ou de parte dele, acarretando o embaçamento da visão.
? Miopia
É a incapacidade para ver objetos distantes claramente por ser geralmente o globo ocular demasiado longo.
? Astigmatismo
É uma condição causada pela tensão desigual dos músculos extrínsecos que seguram o globo ocular, gerando imagens borradas, às vezes também há uma irregularidade da córnea ou do cristalino.
? Hipermetropia
Significa a incapacidade de ver objetos próximos com nitidez, devido a um globo ocular curto.
? Nistagmo
É o movimento ocular oscilatório e involuntário, resultando numa visão fraca e podendo apresentar ao mesmo tempo miopia, astigmatismo e visão dupla
? Acromatopsia incompleta
É uma disfunção estacionária das células cone.
? Glaucoma
Patologia que pode levar a uma degeneração das fibras do nervo ótico, decorrente do aumento da pressão intra-ocular, o que é devido a um desequilíbrio entre a formação do humor aquoso e seu escoamento.
? Descolamento de Retina
O descolamento da retina ocorre quando esta camada separa-se da coróide.
? Estrabismo
É decorrente de um problema de desequilíbrio na motilidade ocular e pode ser de causa desconhecida, devido acidentes de carro ou acidentes vasculares ou ainda decorrente de erros de refração.
Proposta de Trabalho
Para compreender a relação olho-corpo necessitamos experimentá-la cinestesicamente. Como sentimos o ato de ver? A maior parte do tempo não temos consciência dele; sentimos os efeitos do ato de ver apenas após o fato, na forma de esforço ocular, fadiga do olho, tensão no pescoço e outros problemas relacionados. É possível, entretanto, aprender a sentir imediatamente quando forçamos nossos olhos ou os músculos ao seu redor e impedirmos a nós mesmos de prosseguir com este hábito.
Um passo inicial para os exercícios visuais é a massagem do rosto que deve ser feita antes do espalmar. Essa massagem facial é feita friccionando as mãos até ficarem quentes, massageando em seguida a face com as pontas dos dedos, suavemente no início e após mais firmemente assim que os músculos faciais começarem a se aquecer; a pressão inicial deve ser apenas suficientemente firme para sentir se um lugar é tenso ou doloroso, mas não forte o suficiente para piorar a dor, tocando cada área da face separadamente, observando o toque e qual efeito provoca, isto é, uma tensão mais profunda, uma rigidez, uma sensação agradável de alívio ou de entorpecimento – que também é uma sensação. Para Lowen e Reich a massagem aumenta a circulação das células.
A massagem é feita em todo o rosto e tem como objetivo aumentar o sentido cinestésico dos olhos e fortalecer os tecidos ao redor dos olhos.
Outro passo é massagear o músculo esternoclidomastóideo que tem inserções atrás da orelha, na clavícula e no esterno. É um dos músculos que sustentam a cabeça, por isso é necessário massageá-lo antes de começar a fazer o exercício de rotação da cabeça.
Rotação da cabeça – pequenos círculos com a cabeça são feitos lentamente para conseguir um melhor relaxamento das tensões.
Necessidade dos olhos
Os olhos são permanentemente usados durante todo o tempo que estamos despertos, mesmo quando dormimos os olhos também trabalham no momento em que sonhamos, observando movimentos rápidos dos olhos (REM). Tendo isso em vista é importante que pessoas que trabalham continuamente com a visão devam fazer no mínimo de cinco a dez minutos de descanso.
Exercício de espalmar
Neste exercício deve-se friccionar as palmas das mãos até sentir que estão quentes, colocando-as depois em forma de concha em cima dos olhos fechados. Esse exercício feito durante dez minutos proporciona um bom descanso para os olhos, pois atua no relaxamento de todo o globo ocular. Pode ser feito em qualquer lugar, mas, se for feito num local totalmente escuro o resultado será muito mais eficaz. O objetivo desse exercício é o relaxamento através da escuridão sem nenhum esforço. Para isso deve-se visualizar mentalmente que o ar que se inspira é negro e emite esta cor para todo o corpo, esta visualização permite o relaxamento dos olhos e do nervo ótico.
Ensolar
É importante enfatizar que a luz é importante para os olhos. O exercício ensolar (sunny) deve ser feito até às 10 horas da manhã e após as 16 horas. Não através de vidro.
O exercício consiste em, com os olhos fechados, virar o rosto um pouco para cima em direção ao sol, de modo que ele brilhe diretamente sobre as pálpebras fechadas, movendo em seguida lentamente a cabeça de um lado para o outro, do ombro esquerdo para o direito. O exercício deve ser feito por aproximadamente três minutos cada etapa, em seguida, deve-se virar de costa para o sol, fazendo e exercício de espalmar. O exercício deve ser feito várias vezes, alternando o ensolar com o espalmar. Repetindo essa seqüência será possível dar mais flexibilidade aos olhos, seu nervo ótico vai ficar apto a receber estímulos mais confortavelmente e a descansar após recebê-los.
5. Resultados obtidos
Depoimentos de pacientes em vídeo.
6. Bibliografia
– SCHNEIDER, Meir ; LARXIN, Maureen; SCHNEIDER, Dror. Manual de Autocura, método self-healing. Trad. Clara A Colotto. São Paulo. Triom.1998
– SCHNEIDER, Meir ; LARXIN, Maureen; SCHNEIDER, Dror. Manual e Autocura 2a parte, Patologias Específicas, método self-healing. Trad. Clara A Colotto. São Paulo. Triom.1998
– LOWEN, Alexander. Bioenergética. 8a edição. Trad. Maria Sílvia Mourão Netto. São Paulo: Summus. 1982.
– MOORE, Keith L. Anatomia orientada para a Clínica. 3a edição. Guanabara Koogan S. A.
– YOKOCHI, Rohen ; LÜTJEN – DRECOLL. Anatomia Humana Atlas fotográfico de anatomia sistêmica e regional. 4a edição. Manole ltda.
– VAUGHAN, Daniel G. ; ASBURY, Taylor ; RIORDAN-EVA, Paul . Trad. Renato L.. Oftalmologia Geral. 4a edição. São Paulo: Atheneu Editora, 1997.
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