15 – Título do trabalho
COMPROMETIMENTOS ENERGÉTICOS E CARACTERIAIS DECORRENTES DO ESTRESSE SOFRIDO PELA CRIANÇA DURANTE A GESTAÇÃO E
PRIMEIRO ANO DE VIDA
José Henrique Volpi – volpi@centroreichiano.com.br
Psicólogo Especialista em Psicologia Corporal (Vegetoterapia e Orgonoterapia), Anátomo-Fisiologia e Psicodrama. Mestre em Psicologia da Saúde pela Universidade Metodista de São Paulo e Doutorando em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Paraná. Coordenador dos Encontros Paranaenses e Congressos Brasileiros de Psicoterapias Corporais. Editor chefe da Coleção Psicologia Corporal e autor de diversas publicações na área da Psicologia Corporal.
Sandra Mara Volpi – sandra@centroreichiano.com.br
Psicóloga Especialista em Psicologia Corporal, Psicoterapia Infantil, Psicopedagogia e Análise Bioenergética. Treinee em Análise Bioenergética pelo Instituto de Análise Bioenergética de São Paulo. Coordenadora dos Encontros Paranaenses e Congressos Brasileiros de Psicoterapias Corporais. Editora chefe da Coleção Psicologia Corporal e autora de diversas publicações na área da Psicologia Corporal.
Os primeiros estudos mais aprofundados sobre estresse definiram-no como uma resposta biológica frente a uma nova ou difícil situação (HANS SELYE, 1974). Ocorre, então, uma perturbação do equilíbrio interno do organismo que é provocada por um agente ou estímulo estressor, capaz de causar o aparecimento de um conjunto complexo de respostas orgânicas, mentais, psicológicas e/ou comportamentais.
Todos os estímulos provindos do meio ambiente, quando adotam características adversas e/ou punitivas, podem ser estressantes. Logicamente, para que esses estímulos sejam tomados como estressantes, irá depender da resistência do organismo, da intensidade, freqüência e qualidade dos estímulos recebidos.
O organismo participa como um todo quando exposto a um esforço desencadeado por um estímulo percebido como ameaçador da homeostase, seja ele físico, químico, biológico ou psicossocial.
O estresse nada mais é do que um estado de tensão do organismo, que se vê obrigado a se mobilizar por inteiro para enfrentar essa nova situação, que deveria ser transitória.
Podemos encontrar três tipos de estresse: físico, emocional ou misto, sendo este último o mais comum. O estresse físico está associado a eventos como cirurgias, traumatismos, hemorragias e lesões em geral; o estresse emocional está ligado a acontecimentos que afetam o indivíduo psiquicamente, sem que haja relação primária com lesões orgânicas; o estresse misto resulta de uma lesão física acompanhada de comprometimentos psíquicos ou vice-versa.
É sabido que todas as pessoas passam por eventos estressantes na vida, que abrangem desde componentes emocionais, como o medo e a ansiedade, até componentes ambientais, biológicos e físicos como é o caso de ruídos excessivos, poluição, sobrecarga de trabalho e muitos outros. No entanto, cada pessoa responde de determinada maneira. Algumas são mais sensíveis, ao passo que outras são mais resistentes. Entretanto, independente da sensibilidade e da resistência, alterações fisiológicas poderão ocorrer, fazendo com que o organismo mais sensível ao estresse responda de forma crucial ao complexo interjogo existente entre o meio interno e o ambiente.
Até mesmo o feto, durante seu período de gestação, pode sofrer os efeitos do estresse, que primeiramente é sentido pela mãe, mas interfere diretamente no desenvolvimento do bebê (VOLPI, 2002). “Sensações de tensão e desconforto da mãe podem ser comunicadas para o feto, assim como sentimento de rejeição, culpa ou hostilidade em relação ao bebê que está se desenvolvendo” (BOADELLA, 1992, p. 39).
Algumas experiências do parto também podem ser muito estressantes e terem conseqüências futuras para o bebê. Se as condições do parto e cuidados com o bebê nas primeiras horas após o nascimento forem sufocantes, traumatizantes e estressantes, poderemos ter como resposta uma contração de todo o organismo do bebê e possivelmente, comprometimentos futuros tanto de ordem física quanto emocional (REICH, 1987; VOLPI; 2002).
Dentre os inúmeros sintomas que aparecem em decorrência do estresse, encontramos os que interferem em nosso corpo e os que interferem em nossa emoção:
• Corpo: alterações da pressão arterial, do ritmo cardíaco, da respiração, sudorese, lentidão, sonolência, falta de memória, etc.
• Emoção: diminuição da libido, ansiedade, medos, desânimo, etc.
Independentemente do estresse ser físico, emocional ou misto, devemos considerar que os estragos no organismo e na mente são, na maioria das vezes, violentos e irreversíveis. Quando ultrapassa os limites do corpo, o estresse pode provocar o aparecimento de doenças físicas e emocionais.
Em se tratando de doenças físicas provocadas por um estresse podemos citar o câncer, que vem sendo alvo de inúmeras pesquisas mundo afora, a herpes labial e genital, alergias, gastrite, úlcera, infarto, etc. Quanto às doenças emocionais podemos citar a depressão, medos e fobias, compulsões, transtornos da ansiedade, etc.
Por isso é importante que não negligenciemos os limites de nosso corpo. Nada como estarmos atentos a cada mensagem que nosso corpo e nossa mente nos dá para assegurarmos nossa saúde.
Referências bibliográficas
BOADELLA, D. Correntes da vida: uma introdução à biossíntese. São Paulo:
Summus, 1992.
REICH, W. Bambini del futuro – Sulla prevenzione delle patologie
sessuali. Milano: SugarCo Edizioni, 1987.
SELYE, H. Stress without distress. New York: J. B. Lippincott company, 1974.
VOLPI, J. H. Compreendendo, por meio do relato de mães, o estresse sofrido
durante a gestação e primeiros anos de vida da criança com câncer.
Dissertação de Mestrado. São Bernardo do Campo: UMESP, 2002.